Foto: Natinho Rodrigues

Desde a semana epidemiológica 19 - período correspondido entre os dias 9 a 15 de maio deste ano - os registros de novas infecções pela Covid-19, no Ceará, estão em queda tanto na Capital quanto no Interior cearense. Este é o declínio consecutivo mais longo desde o início do ano. Os dados são da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado. 

Na semana 19, foram 25.120 novos casos no Interior e 8.159 novas infecções confirmadas em Fortaleza. A partir de então, a curva iniciou projeção de queda chegando a 231 novos casos tanto no Interior como na Capital na atual semana epidemiológica (28).

É a primeira vez que os novos casos em ambas localidades se equivalem em uma mesma semana epidemiológica. Ao longo de toda a pandemia a soma dos casos no Interior era superior à Capital.

A redução percentual - no comparativo entre as semanas epidemiológicas 19 e 28 - de novos casos foi de 97% em Fortaleza e 99% no Interior, região que pela primeira vez, desde o início de 2021, apresenta menos de mil novos casos em uma semana. 

SOMA DE FATORES
A médica infectologista Mônica Façanha, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Cariri (UFC), avalia que a melhora nos indicadores está atrelada a uma soma de fatores, que vão desde o controle no fluxo social - viabilizado pelas medidas de restrições preconizadas nos decretos Estadual - e o avanço da imunização. 

A avaliação da especialista é corroborada pelos números. Desde o dia 23 de maio todos os grupos etários tiveram mais registros de vacinação que de novos casos. Os resultados mais expressivos estão em pessoas com mais de 60 anos. 

Na faixa etária de cearenses com mais de 90 anos, só um caso foi registrado no último dia 11 de julho. Entre 80 e 89 anos, foram somente 3 novos casos. Já entre aqueles com 70 a 79 anos, a Sesa contabilizou, também no dia 11 de julho, oito novas infecções. E, na faixa etária de 60 a 69 anos, 17 novos casos. 

"O impacto da vacinação nas pessoas mais idosas, grupo em que quase todos já tomaram a segunda dose, é significativo."
MÔNICA FAÇANHA
Infectologista

Apesar da expressiva melhora no cenário, a médica ressalta que não se deve "baixar a guarda" devido à possibilidade do surgimento de novas variantes. 

Ele aponta ser importante a manutenção das medidas não farmacológicas - como uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social - até que ocorra a imunização de rebanho, isto é, quando mais de 80% da população esteja imunizada com as duas doses ou dose única, como é o caso do imunobiológico da Janssen.

No Ceará, já foram aplicadas, até agora, 4.977.918 doses da vacina contra a Covid-19. Deste universo, 3.595.442 são referentes à primeira dose (D1), 1.246.771 à segunda dose (D2) e 135.760 pessoas receberam a dose única.

MANUTENÇÃO DOS INDICADORES
A projeção futura, em se mantendo o avanço da imunização e adoção de cuidados individuais, é de continuação na queda dos indicadores, aponta a médica Mônica Façanha. Contudo, novamente ela reforça a necessidade de as pessoas, mesmo aquelas vacinadas, adotarem postura preventiva.

A especialista lembra que a cepa predominante nesta segunda onda, no Ceará, se transmitia mais facilmente, embora não avalie que ela fosse mais letal. "Tivemos mais óbitos porque foram mais casos, é proporcional", pontua. 

A adoção e manutenção desses cuidados não farmacológicos ajudará a reduzir as chances de novas cepas e, consequentemente, a manter a curva de contágio em queda, destaca Façanha.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO POR REGIÃO
Quando analisado isoladamente cada uma das cinco regiões de Saúde (Fortaleza, Cariri, Sobral, Litoral Leste/Jaguaribe e Sertão Central), também há redução na curva da média móvel de novos casos. Em todas elas há prevalência de queda, sendo Sobral a região com curva de declínio mais longeva: desde 21 de maio o índice está reduzindo.

Confira a atual média móvel de casos e óbitos em cada região:

Fortaleza: 63,71 (média casos) / 3,42 (média óbitos)
Cariri: 37 (média casos) / 1 (média óbitos)
Sobral: 21,85 (média casos) / 0,71 (média óbitos)
Sertão Central: 12,57 (média casos) / 0,14 (média óbitos)
Litoral Leste/Jaguaribe: 9,85 (média casos) / 0,85 (média óbitos) 

A média geral do Estado é de  145 (casos) e 5,71 (óbitos). As médias móveis consideram a janela de 7 dias, isto é, 8 a 15 de julho. Os dados foram extraídos da plataforma IntegraSus às 11h13 deste quinta-feira (15).

COVID-19 NO CEARÁ
O Estado já soma 906.263 casos confirmados da Covid-19. Deste total, 23.154 infectados evoluíram para óbitos. Em 2021, são 533.039 casos e 12.611 mortes por decorrência do vírus SARS-Cov-2. Já neste mês de julho, são 7.721 infectados em todo o Ceará e 201 óbitos.

Fonte: Diário do Nordeste

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