FOTO: Guto Vital

Os dados do 15º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgados nesta quinta-feira (15/07) apontam que o Ceará possui sete municípios, com 100 mil habitantes ou mais, que possuem taxas de Mortes Violentas Intencionais (MVI) superiores à média nacional. Dos 138 municípios brasileiros que possuem uma taxa superior aos números nacionais estão Fortaleza, Caucaia, Crato, Juazeiro do Norte, Maracanaú, Maranguape e Sobral.

Localizada na Região Metropolitana de Fortaleza, Caucaia possui a pior taxa por 100 mil habitantes dentre todos os municípios que compõem a lista. Com 360 mortes violentas intencionais em 2020, o município encerrou o último ano com uma taxa de 98,6 casos a cada 100 mil habitantes, número quatro vezes maior do que a média nacional.

O município de Maranguape também possui números preocupantes, segundo os dados do anuário. Ao todo, 103 mortes violentas intencionais foram registradas durante o último ano, deixando o município com uma taxa de 79 casos a cada 100 mil habitantes, o número supera em mais de três vezes a média nacional.

Das capitais presentes na lista, Fortaleza só apresenta números melhores que Salvador – BA. Ao todo, a capital baiana registrou 1.558 mortes violentas intencionais contra os 1.303 casos de Fortaleza. A taxa de ocorrências por 100 mil habitantes na capital cearense é de 48,5, duas vezes maior que a média nacional. Já Salvador, capital com o pior índice do País, possui uma taxa de 54 casos por 100 mil habitantes.

O levantamento é realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontou que o número de mortes violentas intencionais chegou a 50.033 em 2020, o que representa um aumento de 4% em relação a 2019. Pelo menos 78% dessas mortes foram causadas com o emprego de arma de fogo. As vítimas, em sua maioria, são homens (91,3%), negras (76,2%) e jovens (54,3%).

Os dados mostram, ainda, que em 2020 foram mortas em intervenções policiais 6.416 pessoas, 0,3% a mais do que no ano anterior. E 78,9% eram negras, 76,2% tinham entre 12 e 29 anos e 98,4% eram homens. Já os policiais assassinados chegaram a 194, dos quais 72% morreram no horário de folga. A covid-19 tirou a vida de 472 policiais.

Segundo o anuário, houve alta de 0,7% no total de feminicídios em 2020, que atingiram 1.350, vitimando principalmente pessoas entre 18 e 44 anos (74,7%), negras (61,8 %) e assassinadas com o uso de arma branca (55,1%). A maioria (81,%) foi morta pelo companheiro ou ex-companheiro e 8,3% por outros parentes.

O estudo diz, ainda, que em 2020 houve um chamado de violência doméstica por minuto, e eles foram feitos principalmente por mulheres negras (61,8 %), entre 18 e 44 anos (74,7%). Foram 694.131 ligações de violência doméstica utilizando o 190, o que representa aumento de 16,3% na comparação com 2019. O número de Medidas Protetivas urgentes concedidas pelos tribunais de justiça totalizou 294.440 (+3,6%) e os registros de lesão corporal dolosa por violência doméstica somaram 230.160 (-7,4%).

A violência sexual aumentou 14,1% com o número de estupros chegando a 60.460 novos casos, dos quais 86,9% eram mulheres e que foram abusadas por um conhecido (85,2%). A violência foi cometida contra 60,6% de pessoas com até 13 anos. A pesquisa mostra, também, que 73,7% dessas vítimas eram vulneráveis ou incapazes de consentir o ato.

Armas
Segundo a apuração do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em um ano houve aumento de 108,4% na autorização de importação de armas longas. Os registros de arma de fogo ativos no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal, chegaram a 1.279.491, o que representa alta de 100,6% desde 2017.

Já os registros de Caçadores, Atiradores e Colecionadores acusaram elevação de 29,6%, com 561.331 anotações. No Sinarm, foram contabilizadas 186.071 novas armas em 2020, uma elevação de 97,1% em um ano.

Confira os números dos sete municípios cearenses em 2020:
Caucaia: 360 (MVI) - 98,6 (taxa por 100 mil habitantes)
Crato: 53 – 39,8
Fortaleza: 1.303 – 48,5
Juazeiro do Norte: 134 – 48,5
Maracanaú: 180 – 78,4
Maranguape: 103 -79
Sobral: 136 – 64,5

Fonte: Portal GCmais

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