Foto: Helene Santos

Com o atual controle do cenário pandêmico no Estado, o Ceará possui quatro municípios no nível de alerta "novo normal" para a covid-19: Barroquinha, General Sampaio, Palmácia e Pentecoste. As informações, correspondentes às semanas epidemiológicas 27 e 28 - entre 4 a 17 de julho -, foram obtidas na plataforma IntegraSUS neste sábado (24).

De acordo com a epidemiologista, virologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, o "novo normal" é uma expressão comumente utilizada para representar a adaptação das atividades cotidianas em relação à pandemia.

Gurgel reitera ainda que, para manter este contexto a longo prazo, é necessário que a população tenha a responsabilidade de se manter firme frente às medidas sanitárias. Afinal, segundo ela, sem uma fiscalização adequada, as pessoas tendem a relaxar o uso das máscaras de proteção e a realizar aglomerações.

Além disso, o Ceará conta com outros 26 municípios em alerta de transmissão "moderado" para o novo coronavírus, 56 em "alto" e 98 em alerta "altíssimo" - este último inclui a capital Fortaleza.

Para analisar os níveis de cada localidade, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) considera o índice de ocupação de leitos, as taxas de letalidade da doença e o percentual de positividade dos exames de diagnóstico.

CONHEÇA AS CLASSIFICAÇÕES DE RISCO

NOVO NORMAL (NÍVEL 1)
Taxa de ocupação dos leitos menor que 70%; taxa de letalidade menor que 160; e percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 menor que 25%.

MODERADO (NÍVEL 2)
Taxa de ocupação dos leitos entre 70% e 80%; taxa de letalidade entre 1% e 2%; e percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 25% e 49,9%.

ALTO (NÍVEL 3)
Taxa de ocupação dos leitos entre 80,1% e 95%; taxa de letalidade entre 2% e 3%; e percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 entre 50% e 75%.

ALTÍSSIMO (NÍVEL 4)
Taxa de ocupação dos leitos maior que 95%; taxa de letalidade maior que 3%; e percentual de positividade de testes para diagnóstico de Covid-19 maior que 75%.

A atual contenção das infecções, internamentos e óbitos ocasionados pela Sars-Cov-2 ocorre, possivelmente, devido ao comportamento do vírus, assim como em outras doenças. “Toda onda é igual: segue devagar, logo após tem uma explosão de casos, um pico, estabilização e depois queda”, comenta a epidemiologista.

TERCEIRA ONDA
Questionada sobre a possibilidade de uma terceira onda no Ceará, Caroline Gurgel esclarece que isso varia de acordo com as taxas de infecção e de pessoas suscetíveis, bem como com o avanço da vacinação e da adoção dos cuidados de prevenção. “É natural uma distribuição heterogênea de doenças, teremos locais com maior probabilidade ou não”.

"A terceira onda vai ser uma realidade se nada do que aprendemos for aplicado na prática. A OMS [Organização Mundial da Saúde] já declarou que está em movimento uma nova onda. [A variante] Delta vem com força e potencial superior de transmissão. Os EUA já possuem centenas de casos [dela] e mais de 50 países estão em alerta, [mas] aqui no Brasil sempre se paga para ver no que dá”
CAROLINE GURGEL
Epidemiologista e professora da UFC

Gurgel conclui que as infecções pela Sars-Cov-2 somente serão evitadas com a imunização rápida e em massa da população, além do uso constante de máscaras e de álcool em gel.

Fonte: Diário do Nordeste

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