O Consórcio Águas de Fortaleza tem 18 meses para iniciar obra. Foto: Talles Freitas

Foi assinado nesta terça-feira (20) o contrato para a instalação da usina de dessalinização de água marinha de Fortaleza. A expectativa é que a obra seja entregue em meados de outubro de 2024. O equipamento deve gerar cerca de 600 empregos diretos.

O contrato foi fechado no modelo de concessão, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP) entre a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e o Consórcio Águas de Fortaleza.  

A contar desta terça-feira, o Consórcio Águas de Fortaleza tem até 18 meses para iniciar a obra, que terá duração de dois anos. A expectativa da empresa, contudo, é diminuir o prazo para 15 meses e começar a construção ainda em 2022. 

Com isso, a partir de outubro de 2024 a usina deve estar em pleno funcionamento, com capacidade de produção de água de 1 m³ por segundo. 

De acordo com o diretor de infraestrutura da Marquise e presidente do Consórcio Águas de Fortaleza, Renan Carvalho, o projeto deve estimular a criação de empregos locais. 

INVESTIMENTO PRIVADO 
O Consórcio fará um investimento da ordem de R$ 500 milhões para a viabilização do projeto, incluindo toda a execução de estudos, do projeto e da obra. Em contrapartida, a Cagece se compromete a comprar a água que será produzida na usina. 

Em 2024 estaríamos com água para ser distribuída. O contrato começou, todos os serviços necessários para instalar a usina se iniciam agora, após esse momento com o governador. Tem que detalhar um projeto executivo ainda e, além disso, a gente tem que receber a licença de instalação para essa obra
NEURI FREITAS
Presidente da Cagece

Assinada a ordem de serviço, a empresa responsável deverá realizar todos os estudos necessários para a execução e obter a licença da Superintendência Ambiental do Meio Ambiente (Semace) para o início da construção. 

A usina será instalada na Praia do Futuro. Segundo o governador Camilo Santana, o projeto será responsável pelo abastecimento de 12% da oferta de água em Fortaleza, beneficiando cerca de 720 mil pessoas. 

FUNCIONAMENTO DA USINA 
A usina captará água do mar de cerca de 2,5km da costa, na Praia do Futuro. Lá, a água passará por filtragem e dessalinização por meio de osmose reversa, que retirará todo o sal da água.  

A água dessalinizada será direcionada para dois reservatórios, um no Morro Santa Terezinha e outro na Praça da Imprensa. O que for rejeitado do processo, considerado impróprio para uso, voltará para o mar. 

Conforme Neuri, a água obtida na usina será potável, própria para consumo humano. Ele também afirma que a retirada da água do mar não trará impactos ambientais significantes. 

“Não vai trazer impacto para a população, para as barracas, para o comércio da Praia do Futuro. Antes de iniciar esse processo visitamos outros países, recebemos empresas. Foi tudo muito bem pensado e estudado para termos o melhor em Fortaleza. Não tem na América do Sul uma planta desse porte para abastecimento humano, é algo muito inovador e pioneiro no País”, diz. 

A ideia é que a usina funcione como uma forma suplementar de abastecimento. O presidente da Cagece compara o sistema com as termelétricas do setor elétrico, que são acionadas apenas em momentos de estiagem. 
Como o uso da usina será variável de acordo com as chuvas, Renan explica que o custo mensal do equipamento será variável. “O custo é sempre variável. Tem uma parcela fixa, da ordem de R$ 5 milhões por mês, e uma parcela variável, de R$ 1,80 reais por m³”, detalha. 

A estimativa de investimento por parte do Estado é de mais de R$ 3 bilhões em 30 anos - o período da concessão. 

SEGURANÇA HÍDRICA 
Com o empreendimento, a capital fortalezense não deverá depender tanto do período chuvoso para conseguir manter o abastecimento de água. 

“Fortaleza não tem nenhum manancial, importa toda a água que vem para ela. Com uma planta de dessalinização vai diminuir a dependência da água de chuva. Em situações de seca poderíamos ter uma situação mais tranquila. O objetivo é diversificar, ter mais de uma fonte hídrica”, destaca Neuri. 

Para ele, além de Fortaleza e Região Metropolitana, todo o Estado deve ser beneficiado pela obra por forma de compensação com o menor consumo por parte da capital.

Fonte: Diário do Nordeste

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