A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou, nesta quinta-feira (29/07), que quatro casos da variante Delta da Covid-19 foram identificados no Ceará. Os viajantes, oriundos do Rio de Janeiro, foram testados entre os dias 19 e 21 de julho, no Aeroporto de Fortaleza. São três mulheres e um homem, com idades entre 22 e 26 anos.

A pasta informa que os casos - os primeiros confirmados no Estado - e seus respectivos contatos são monitorados. A recomendação é de que todas as pessoas presentes nos voos listados abaixo realizem quarentena de 14 dias. São eles:

Voo Gol 2021 de 19/7/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
Voo Latam 3383 de 20/7/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
Voo Azul 4763 de 21/07/2021 – Rio de Janeiro → Fortaleza
 
Os passageiros e tripulantes também devem entrar imediatamente em contato com o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs/CE) pelo número (85) 98724-0455 (das 9h às 17 horas) ou comparecer para realização do exame RT-PCR no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen). 

O local já possui a lista com os nomes das pessoas que estavam nas aeronaves.

"A Sesa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão realizando busca ativa na lista dos passageiros e tripulantes de três aeronaves vindas do Rio de Janeiro, onde estavam os quatro viajantes que testaram positivo para a variante originária da Índia", informou a pasta, em nota.

Além da variante Delta, outras mutações da cepa do coronavírus foram identificadas nas 17 amostras positivas para a Covid-19 já coletadas no Aeroporto de Fortaleza e analisadas pela Fiocruz. Dentre elas, a Gama, encontrada inicialmente no Brasil, em Manaus. 

Ao comunicar a confirmação dos quatro casos, o governador Camilo Santana (PT) frisou a necessidade de manter os cuidados para evitar a contaminação da doença:

"Informo que as barreiras sanitárias estão sendo reforçadas nas rodoviárias de Fortaleza e interior, além da ampliação de 5% para 20% das coletas por amostragem no Centro de Testagem do Aeroporto", disse, nas redes sociais.

“Reforço a importância de seguirmos mantendo todos os cuidados, como usar sempre a máscara”, completou.

PERFIL DOS PASSAGEIROS INFECTADOS
Segundo a Sesa, os quatro passageiros, sendo três mulheres e um homem com idades entre 22 e 26 anos, são moradores de Fortaleza (dois), Caucaia e Itapipoca. Eles desembarcaram na capital cearense em três voos diferentes, oriundos do Rio de Janeiro, entre os dias 19 e 21 de julho.

Além de manter a quarentena, eles deverão fazer novas coletas para medição de carga viral, potencial de transmissão e estudo de anticorpos.

Como medida preventiva, no momento em que são positivados pelo teste rápido de antígeno, ainda no aeroporto, os passageiros são orientados pela Sesa a cumprir o isolamento.

A secretaria informou que eles seguem sendo monitorados pela Vigilância Epidemiológica e pelas secretarias municipais de Saúde.

TESTAGEM NO AEROPORTO 
Desde o último dia 12, passageiros são submetidos a testes rápidos de detecção da Covid-19 no Aeroporto de Fortaleza. 

As análises são feitas de forma conjunta pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), pelo Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e pelo Lacen. 

Até o momento, outros 12 estados já divulgaram casos da nova cepa no País. Na segunda-feira (26), o Ministério da Saúde informou 169 casos da variante Delta no Brasil.

O QUE É A VARIANTE DELTA?
Identificada pela primeira vez em dezembro de 2020, a nova cepa do coronavírus é uma das versões do vírus, que faz mudanças consecutivas para adaptação no corpo humano.

Rapidamente, a variante Delta, definida como a mais transmissível do SARS-CoV-2, se tornou a principal pelo mundo. Segundo cientistas, ela é 50% mais rápida que a primeira variante, a alfa.

QUAIS OS SINTOMAS DA VARIANTE DELTA?
Conforme o pesquisador David Straim, da faculdade de Medicina da Universidade de Exeter, no Reino Unido, os sintomas desta cepa são muito semelhantes ao de uma gripe.

Já o chefe do Centro de Medicina Social da Universidade Jawaharlal Nehru, em Nova Delhi, Rajib Dasgupta, conta que também não é possível distingui-la das demais variantes da Covid-19.

"Todas as infecções causadas pela Covid começam como uma doença viral leve", explicou ele em entrevista concedida ao portal G1.

Apesar dos sintomas semelhantes, faixas etárias distintas podem sentir a variante de formas diferentes. Em crianças, por exemplo, diarreia, coriza, febre e mal-estar são os sintomas mais comuns.

Em adultos e idosos, eles ainda podem surgir por meio dos sintomas comuns da Covid-19, como falta de ar ou tosse.

AS VACINAS SÃO EFICAZES CONTRA A VARIANTE DELTA?
A pesquisa mais recente sobre a questão foi lançada na última quarta-feira (21), administrada por pesquisadores do Sistema de Saúde do Reino Unido, da Universidade de Oxford e do Imperial College London.

Dados apontam que, já na primeira dose, as vacinas da Pfizer/BioNTech e da AstraZeneca apresentam resistência contra a nova cepa.

Nesse caso, a taxa de eficácia é de 30,7% para ambas, com uma variação de 25,2% a 35,7%.

Com duas doses, entretanto, os números sobem. A AstraZeneca possui, nesse caso, eficácia que pode chegar a 67%, com média entre 61,3% a 71,8%.

Enquanto isso, duas doses da Pfizer/BioNTech podem proteger o indivíduo imunizado contra a variante Delta em 88%, variando entre 85,3% a 90,1%.

Ainda segundo outro estudo, conduzido pela Universidade de Nova York, a vacina da Janssen, produzida pela Johnson & Johnson teria se mostrado menos eficiente contra a variante. 

Em laboratório, cientistas identificaram uma eficácia que pode ser menor que 50% do imunizante contra a cepa em questão. A fabricante, no entanto, informou que a resposta imunológica ainda existe.

Fonte: Diário do Nordeste

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