Na rede estadual cearense, cada escola deve decidir se a volta será no formato remoto ou híbrido. Foto: José Leomar

Até o último domingo (8), apenas 15,35% dos trabalhadores de escolas públicas e privadas do Ceará receberam as duas doses da vacina contra a Covid-19. Eles começaram a ser imunizados no dia 29 de maio e, pelo prazo máximo recomendado, têm entre agosto e setembro para concluírem o esquema.

Ao todo, 175.528 profissionais do Ensino Básico (da creche ao Ensino Médio) e do Ensino Superior (universidades) receberam a primeira dose, mas só 26.949 tomaram a D2 ou a dose única da Janssen. As informações foram colhidas no vacinômetro estadual divulgado na última segunda (9).

A maior parte dos vacinados está no Ensino Básico, com 159.764 vacinados com D1 e 24.679 com o esquema completo (15,45%). Já no Ensino Superior, foram 15.764 vacinados com a primeira dose e 2.270 com D2 e DU - o equivalente a 14,40% do total.

Quando anunciou o início da vacinação do grupo, o governador Camilo Santana apontou que seria a melhor forma de “garantirmos mais segurança no retorno às aulas presenciais em todas as séries”, previstas para retornarem neste segundo semestre do ano.

Confira as cidades cearenses com mais profissionais com o esquema vacinal completo:

Fortaleza - 18.706
Caucaia - 1.643
Sobral - 1.157
Canindé - 936
Ubajara - 695
Crato - 515

Chama atenção que, dos 184 municípios do Estado, 114 (62%) não forneceram informações ao vacinômetro estadual sobre a aplicação de D2 ou dose única em professores. Outros 48 têm menos de 50 profissionais com o esquema completo.

PRIORIDADE PARA O RETORNO
Anízio Melo, presidente do Sindicato Apeoc, reitera que a imunização total dos professores é condição prioritária para o retorno presencial, ao lado da preparação estrutural e tecnológica para a adoção do sistema híbrido de ensino e da garantia de equipamentos de proteção individual (EPIs).

Esperamos que o Governo Federal e o Governo Estadual possam acelerar esse processo, colocando agosto e setembro como centro. A pressão social pela presença na escola não pode ser colocada em detrimento da vida e tranquilidade dos profissionais, nem a escola deve se tornar ponto de proliferação da doença.

O representante afirma que o Sindicato tem pressionado autoridades para facilitar o acesso à segunda dose, mas reconhece que há um problema complexo na aquisição de vacinas por parte do Governo Federal. “Tendo vacina, isso poderia ser feito em 10 dias”, projeta.

RETOMADA GRADUAL
Na rede estadual de ensino, que atende aos estudantes do Ensino Médio, o semestre letivo teve início no dia 2 de agosto. Porém, ontem, apenas setores administrativos voltaram a funcionar presencialmente. A retomada das aulas presenciais ainda não foi determinada pelo Governo. 

A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) explicou que a decisão se a volta será no formato remoto ou híbrido cabe a cada uma das 731 escolas, que atendem a 414 mil estudantes.

Em Fortaleza, onde a Prefeitura já anunciou que as aulas retornam no dia 8 de setembro, 18,7 mil trabalhadores da educação, sendo 17 mil da Educação Básica, foram totalmente imunizados. O número equivale a 36% dos 51,5 mil que tomaram a D1.

A Prefeitura informou, ao apresentar o plano de retomada, que a previsão é que os profissionais recebam a segunda dose ainda em agosto. O retorno da rede municipal será escalonada e gradual, iniciando pelos alunos das séries finais da educação infantil.

Nesta semana, as gestões escolares promovem encontros com os pais e responsáveis para esclarecer informações sobre a nova rotina escolar, protocolos sanitários, modelo de ensino, acompanhamento da saúde dos alunos durante as aulas presenciais e avaliação diagnóstica.

REGIÃO METROPOLITANA
Caucaia, na Região Metropolitana da Capital, adotou a estratégia de antecipar a segunda dose de 3,8 mil professores. Conforme fontes ouvidas pela reportagem, a previsão é retomar as atividades presenciais também em setembro.

Em Chorozinho, um mutirão deve aplicar a D2 da Astrazeneca nos profissionais da educação na tarde desta terça (10), na escola Padre Enemias.

Fonte: Diário do Nordeste

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