Foto: Alan Santos/PR

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (23 de agosto), que pedirá hoje ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, a estipulação de uma data para que o uso de máscaras contra a Covid-19 deixe de ser obrigatório no País. As informações são do portal UOL.

BOLSONARO E O USO DE MÁSCARA
Em entrevista à Rádio Nova Regional, do Vale da Ribeira (SP), Bolsonaro lembrou já ter pedido ao ministro um estudo sobre o tema, dizendo que o item não seria mais necessário com a maior parte da população vacinada ou já tendo contraído o coronavírus. A afirmação, porém, contraria a opinião de especialistas em saúde.

"A ideia é o seguinte: pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que contraiu o vírus, nós tornarmos facultativo, orientarmos que o uso da máscara não precisa ser mais obrigatório", disse Bolsonaro à rádio.

Mesmo com o avanço da vacinação, grande parte dos especialistas orienta que o uso de máscaras seja mantido, principalmente em ambientes fechados. A pessoa imunizada tem menor possibilidade de contrair e ter a doença na forma grave, mas pode transmitir o coronavírus caso esteja infectada.

Além disso, uma pessoa pode ser reinfectada pelo vírus, diferentemente do que alegou Bolsonaro.

O próprio presidente, contudo, lembrou que a obrigatoriedade do uso de máscaras é uma decisão que envolve também estados e municípios. O governador de São Paulo, João Dória (PSDB), já antecipou que as máscaras seguirão em vigor no estado paulista até o fim do ano, pelo menos.

O ministro da Saúde indicou, em declarações recentes, que pode atender ao desejo de Bolsonaro sobre a recomendação para a desobrigação do uso do item. 

PAÍSES VOLTARAM ATRÁS NA DESOBRIGAÇÃO
Embora países como Estados Unidos e Israel tenham retirado a obrigatoriedade do uso do item para pessoas já vacinadas, a medida não é consensual na área médica. O avanço da variante Delta do coronavírus fez o governo dos EUA recuar em algumas das medidas e recomendar, no fim de julho, o uso de máscaras em áreas de alto risco de contaminação.

O governo de Israel também retrocedeu e determinou o uso do item em locais públicos fechados dez dias depois de optar pela desobrigação. Na ocasião, o país já possuía mais da metade da população completamente vacinada.

As duas nações, inclusive, vivenciam novos aumentos no número de casos de Covid-19, mesmo com campanha de vacinação já avançada. Conforme a AFP, Israel registrou, na última terça-feira (17), o maior número de contágios desde janeiro.

Já os EUA, terceiro país do mundo em imunização, está atualmente com média de 150 mil casos novos por dia. Em junho, os registros confirmados estavam em menos de 12 mil.

Atualmente, o Brasil está com quase 60% da população com ao menos uma dose da vacina, mas apenas cerca de 26% foi totalmente imunizada. Estados como o Rio de Janeiro já se preocupam com o avanço da cepa Delta, considerada mais transmissível e com indicativos de maior capacidade de infectar pessoas já vacinadas.

ATAQUE À CORONAVAC
Na entrevista, o presidente voltou a atacar as vacinas, dizendo que elas são experimentais — o que não procede —, e fazendo maiores críticas ao imunizante chinês CoronaVac, mas sem citá-lo nominalmente.

Bolsonaro disse que mesmo pessoas com as duas doses dessa vacina estão ficando doentes, e alegou que o Instituto Butantan, fabricante da vacina em solo brasileiro, e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) "terão que responder sobre isso".

Até o momento, estudos indicam que a CoronaVac tem sido eficaz em prevenir casos graves e mortes, mas o alto grau de circulação do coronavírus no Brasil não impede a contaminação pelo agente infeccioso. Dessa forma, pessoas idosas e com comorbidades, mesmo vacinadas, correm risco de agravamento.

Fonte: Diário do Nordeste

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