FOTO: Divulgação / UFCA

Autorizadas por Camilo Santana (PT) no fim de junho, as aulas presenciais no ensino superior serão uma possível realidade a partir de agosto no Ceará para algumas instituições. Com o retorno, devem obrigatoriamente oferecer a modalidade do ensino remoto para os estudantes. Entretanto, mesmo com cenário de avanço da vacinação e prioridade de trabalhadores da área na imunização, vacinas não chegaram à maioria dos estudantes e adiam possibilidade de retorno presencial em algumas instituições no Estado. Na rede privada, as aulas presenciais retornam no semestre que se inicia em agosto. Na rede pública, a maioria segue com aulas exclusivamente de forma remota até o fim do ano. Já a Universidade Federal do Ceará (UFC) projeta retorno em setembro.

Na rede federal de educação, estão inclusas a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), a Universidade Federal do Ceará, a Universidade Federal do Cariri (UFCA) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Juntas, as quatro instituições totalizam 104.800 pessoas entre estudantes, docentes e técnicos, conforme informado em 2020 pelo MEC.

Dentre elas, o IFCE tem a maior quantidade de integrantes da comunidade acadêmica: 47.808 circulantes em 35 campi, desses 44.130 são estudantes. A sequência é ocupada pela UFC, com 46.106 pessoas, sendo 40.375 estudantes distribuídos em cinco campi. A Unilab tem 6.479 pessoas cadastradas na instituição com 5.758 estudantes na rede entre três campi cearenses. Já a UFCA tem 4.407 pessoas cadastradas, com 3.763 estudantes.

O ensino exclusivamente remoto — com exceção das atividades presenciais em laboratórios — segue até o fim do ano em três das quatro instituições federais de ensino superior elencadas na rede do Ministério da Educação (MEC) até o fim de 2021. A exceção fica com a UFC, que estima o retorno das suas atividades presenciais no 2º semestre letivo, em setembro. Ao O POVO, a instituição confirmou a elaboração de um planejamento interno de como se dará o retorno às aulas presenciais daqui a dois meses. Entretanto, informou que não se manifestará, por ora, sobre o assunto.

Em 2020, a instituição chegou a confirmar que não existiam planejamentos presenciais. À época, a UFC realizou pesquisas com alunos, docentes e técnicos para entender os meios de acesso à internet e o semestre 2020.1 foi concluído de forma remota. A Universidade publicou, em junho, um edital para Inclusão Digital Emergencial da Proposta Pedagógica de Emergência (PPE), com o intuito de diminuir a exclusão de estudantes que não têm acesso a internet para as aulas. Os chips foram entregues em julho.

IFCE

Já no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), o semestre será iniciado remotamente e a ideia é que continue até o fim do ano. Os indicadores da vacinação e do contágio do coronavírus são peça-chave para o retorno, diz a pró-reitora de ensino Cristiane Borges. “Imaginamos que a comissão definirá que aconteça integralmente de forma presencial no próximo ano. Até lá, vamos começar na segunda fase quando for permitido. Não é só a aula: temos a questão dos leitos, das vacinas e dos insumos disponíveis”, aponta.

A fase citada pela professora é referente as análises de Conselho da instituição: a fase 1 permite aulas no formato remoto e pesquisas em laboratórios, quando necessário; a fase 2 expande as atividades, como os acessos as monitorias de ensino; e fases 3 e 4, as mais abrangentes, avaliam o retorno com turmas de forma presencial e outras atividades acadêmicas. “É um processo, tal qual como quando entramos no ensino remoto. Começar primeiro com os alunos concludentes para depois começar. A expectativa é de que, próximo ano, as atividades presenciais comecem de uma forma bem implementada e segura”.

Cristine destaca que parte dos servidores das instituições no interior ainda não receberam vacina, pois estão aguardando chegar a faixa etária. A instituição mantém um vacinômetro que acompanha os imunizados entre docentes, discentes e servidores técnicos. “80% dos nossos alunos estão na faixa etária que já foi cadastrada, mas não têm previsão de receber a vacina”, conta. Fortaleza está na faixa etária dos 28 anos.

Com campi no interior, Cristiane cita o mesmo problema que Hidelbrando: o do deslocamento de alunos em transportes públicos intermunicipais. Enquanto isso, reformas seguem na instituição de Fortaleza. “Estamos mapeando as salas, planejando o distanciamento e estamos tentando entender como pode acontecer o retorno com as proteções necessárias”, conta. “Até a questão de não usar maquiagem e outros acessórios em sala de aula está sendo discutido, além do distanciamento e álcool em gel”.

UFCA e URCA

A Universidade Federal do Cariri (UFCA) seguirá até 6 de dezembro em formato remoto. Na instituição, o curso de Medicina tem aulas práticas no formato presencial. “Outrossim, o retorno das aulas presenciais para todos os cursos da UFCA dependerá do avanço da cobertura da vacina contra a Covid-19”, ressalta em nota. A instituição já providenciou insumos e outras medidas, como sinalizações com orientações do distanciamento e atendem as decisões do Comitê Interno de Enfrentamento ao Covid-19 da UFCA.

A universidade segue no calendário acadêmico de 2020 pois paralisou suas atividades em março no ano passado. A instituição pretende realizar três semestres neste ano, esquema parecido com o discutido anteriormente na UFC.

A Universidade Regional do Cariri (Urca) finaliza seu calendário acadêmico em 2021 de forma totalmente remota. Segundo a instituição, permanece vigente a decisão do CEPE em reunião realizada no último dia 11 de junho, que deliberou pela oferta dos atuais semestres no formato remoto.

Fonte: O Povo

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