Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde DF

Crianças, adolescentes e adultos de todo o Ceará ainda não imunizados poderão tomar a vacina contra a febre amarela (VFA) como parte da rotina, a partir de 1º de setembro, em todos os postos de saúde. Com a mudança, o imunizante estará disponível a quem desejar, durante todo o ano. E não será mais necessário comprovar viagem a outros estados.

A medida vale para a população entre 9 meses e 59 anos de idade, e já está em vigor nas regiões de saúde de Sobral e do Cariri desde setembro de 2020, quando o Ceará passou a ser considerado Área com Recomendação de Vacinação (ACRV).

O Ceará não tem registro de circulação do vírus da febre amarela. O objetivo de inserir a dose na rotina, reforça a Sesa, é prevenção e proteção.

No próximo mês, a vacina contra a febre amarela entra também na rotina de residentes de Fortaleza, Litoral Leste/Jaguaribe e Sertão Central, conforme resolução da Comissão Intergestores Bipartite (CIB).

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), o Estado receberá 700 mil doses do imunizante por mês, para dar conta da demanda. Hoje, como apenas 100 dos 184 municípios já inseriram a dose na rotina, o quantitativo que chega é de 400 mil doses.

A CIB, seguindo o Ministério da Saúde, também destaca que crianças de 4 anos de idade devem receber uma “dose de reforço” do imunizante, já que “estudos mostram uma queda precoce da imunidade nas pessoas vacinadas quando bebês”.

98%
é a taxa de eficácia máxima da vacina contra a febre amarela. A proteção mínima é de 90%.
Nota técnica emitida pela Sesa indica ainda que “crianças menores de 5 anos de idade que não receberam a dose inicial deverão receber essa dose e o reforço da vacina, respeitando o intervalo mínimo de 30 dias”.

Também devem receber nova dose do imunizante as “crianças que receberam, até o ano de 2017, apenas 1 dose da vacina antes de completar 5 anos de idade”.

O Ministério da Saúde está inserindo a vacina contra febre amarela no calendário de rotina  gradualmente, em todo o País, desde 2019.

“TODOS DEVEM ESTAR PROTEGIDOS”
A pediatra Vanuza Chagas frisa que a VFA já constava como indicação da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) para a população dessa faixa etária, mas que o acesso das pessoas era restrito às clínicas privadas e a alguns postos de saúde.

A inclusão do imunizante como rotina faz com que qualquer cidadão dentro dos grupos indicados possa tomar a dose nos postos de saúde dos respectivos municípios. “Todos devem tomar, porque a doença pode trazer complicações e agravar até o óbito”, pontua Vanuza.

"A partir do momento em que os profissionais de saúde têm conhecimento da necessidade de indicação, há uma procura maior. Sempre deixo claro que, independente de viajarem ou não, as pessoas precisam estar protegidas".
VANUZA CHAGAS
Pediatra

A febre amarela é uma arbovirose, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e tem como principais sintomas iniciais:

início súbito de febre;
calafrios;
dor de cabeça intensa;
dores nas costas;
dores no corpo em geral;
náuseas e vômitos;
fadiga e fraqueza.
Em casos graves, o paciente também pode apresentar:
febre alta;
icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos);
hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal);
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos.

De acordo com o Ministério da Saúde, “cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela grave podem morrer”. Por isso, “assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental buscar ajuda médica imediata”.

VACINAS COVID-19 X FEBRE AMARELA
O intervalo entre um imunizante e outro é o mesmo válido para a vacina da gripe: deve ser respeitado o tempo mínimo de 14 dias entre as doses, “priorizando sempre a vacina da Covid”, como ressalta a Sesa.

No caso de infecção pelo coronavírus, “a vacina deve ser adiada até recuperação clínica total e pelo menos 4 semanas após o início dos sintomas”. No caso de assintomáticos, as 4 semanas devem ser contadas a partir do primeiro teste positivo.

QUEM NÃO DEVE TOMAR A VACINA DA FEBRE AMARELA
Conforme nota técnica da Sesa, a VFA é contraindicada para alguns grupos da população:

Crianças menores de 6 meses de idade;
Crianças menores de 13 anos infectadas por HIV com alteração imunológica grave;
Adultos infectados pelo HIV < 15% de linfócitos;
Pacientes imunossuprimidos;
Pacientes com neoplasia maligna;
Paciente alérgicos a ovo;
Pacientes com história pregressa de doenças do timo;
Pacientes portadores de doença falciforme.

O número de pessoas vacinadas contra a febre amarela no Ceará oscila ano a ano, mas cresceu 75% em 2021. Entre janeiro e agosto do ano passado, foram 57.354 doses aplicadas no Estado; neste ano, até quinta-feira (26), foram 100.325 aplicações.

Já em Fortaleza, de janeiro a julho deste ano, foram 1.148 pessoas imunizadas, número menor que o mesmo período do ano passado, quando 2.547 receberam a dose. Os dados são do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI).

Fonte: Diário do Nordeste

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