Foto: Luana Severo / SVM

Primeiro evento-teste durante a pandemia de Covid-19 no Ceará, o Festival Jazz & Blues, em Guaramiranga, começou, na noite desta sexta-feira (17 de setembro), com um público inferior ao permitido, tranquilidade e cumprimento de todos os protocolos sanitários.

Segundo o Diário do Nordeste apurou com a organização no local, cerca de 100 pessoas compareceram ao evento neste primeiro dia de programação. Estão autorizadas 200 pessoas.

Todos os convidados foram testados gratuitamente pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) para detecção do coronavírus. Segundo a Secretária Executiva da Cultura do Estado do Ceará, Luisa Cela, eles também serão monitorados após o evento, assim como todas as equipes de artistas e técnicos que trabalharam na ocasião.

O resultado deste evento-teste definirá se novos poderão ocorrer. O município foi o primeiro a ter toda a população vacinada no Ceará.

EMOÇÃO DE ARTISTAS NO RETORNO 
Primeira a subir no palco, a banda Fladiana & Quarteto Jazzera apresentou uma canção que teve como processo criativo as experiências durante a pandemia.

O artista Rômulo Santiago foi a segunda atração da noite, com um show em tributo a Raul de Souza. Ao Diário do Nordeste, ele relata a emoção de voltar aos palcos presencialmente, sentido o calor do público. 

"Eu acho que ser artista é exatamente essa troca de energia de que o público venha nos prestigiar e a gente possa mostrar aquilo de bom que a gente tá produzindo, que é a nossa arte", comenta. 

Para o cantor, que cantou pela primeira como artista principal do Festivla Jazz & Blues, o contato com as pessoas, sem ser em lives, "traz a nossa esperança e felicidade de volta".

SONHO REALIZADO
A volta aos palcos na pandemia parecia distante para Marcos Lessa. O cantor, que fecha a noite do primeiro dia do festival com o show "Nature Boy - Tributo a Nat King Cole", realiza um sonho. 

"Voltar a cantar depois de me ver privado disso e trancado em casa transformou minha vida. A minha carreira se resumia a memórias. Eu chegava a sonhar com esse dia", desabafa. 

"Retornar e encontrar as pessoas faz a gente perceber cada vez mais que a magia da música se efetiva quando tem as pessoas presencialmente, o calor humano e a emoção de ver o que as pessoas estão sentindo", relata.

ESPERANÇA PARA EVENTOS FUTUROS 
De última hora, a fisioterapeuta maranhense Tamires Carvalho, 31, que mora atualmente em Quixeramobim, interior do Ceará, chegou ao festival com um grupo de amigas nesta sexta. A vontade de conhecer Guaramiranga se uniu a de comparecer pela primeira vez a um evento cultural na pandemia. 

Tamires destaca a organização do evento, que além de ser ao ar livre conta com cadeiras separadas corretamente por distanciamento social. Esse cenário, no entanto, ainda não era o ideal para o imaginário da fisioterapeuta.

"É bem diferente de antigamente, né. Tudo organizado, um público bem restrito. Eu não esperava que fosse assim, achei que não fosse ter cadeiras. Mas a segurança está muito reforçada", comenta. 

Segundo a fisioterapeuta, este primeiro evento aumenta as esperanças para outros no futuro. 

"Por eu ser profissional da linha de frente eu já estava ficando triste, né, com possibilidade de outra onda [de Covid-19]. Mas por estamos mais avançados na vacinação e se ficar tendo eventos como este, isso com certeza aumenta a esperança de outros", pondera. 

PROTOCOLO DO FESTIVAL
Seguindo orientações descritas no Protocolo de Eventos-Testes do Governo, o Festival Jazz & Blues. que acontece ao ar livre, fez uma série de exigências aos participantes, como, por exemplo: 

Ter tomado duas doses ou dose única de vacina contra a Covid-19 pelo menos 15 dias antes do evento. A comprovação é feita com o cartão de vacinação; 
Ter testado negativamente para a Covid-19 entre 48h e 24h antes; 
Informar dados pessoais para o monitoramento da Sesa; 
Usar máscara dos modelos PFF2 ou N95; 
Obedecer ao distanciamento social e aos tradicionais protocolos de biossegurança.

ADAPTAÇÃO 
Para evitar trazer para o Ceará artistas de estados onde a pandemia, talvez, não esteja tão controlada, ou onde variantes como a Delta estejam se transmitindo com mais facilidade, a programação do Festival Jazz & Blues conta apenas com artistas locais. 

Além disso, segundo a diretora do festival, Maria Amélia Mamede., a decisão facilita substituições nas bandas caso os músicos testem positivo para a Covid-19. 

Para os que não vão poder participar de forma presencial, o festival é transmitido ao vivo no YouTube.

Fonte: Diário do Nordeste

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