Todos os dias, assaltos ou furtos são registrados contra a população. Um dos bens mais almejado pelos criminosos é o aparelho celular. A certeza que cada pessoa possui pelo menos um aparelho consigo faz com que durante os roubos a primeira ordem dos criminosos seja: "passa o celular". No Ceará, por dia, uma média de 102 celulares foram roubados ou furtados das vítimas desde 2019. 

De janeiro de 2019 até julho de 2021, foram em torno de 96 mil ocorrências contabilizadas pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A Pasta destaca que comparados os primeiros semestres de 2020 e 2021, os crimes estão em queda. Os registros de furtos e roubos de celulares no Estado caíram pelo menos 10%.

No entanto, o número dos casos tende a ser ainda maior, se considerarmos a subnotificação. Vítimas de roubos ou furtos que não registram Boletins de Ocorrência junto à Polícia Civil pela descrença que terá de volta seu aparelho.

As autoridades incentivam a denúncia e afirmam que nos últimos meses mais aparelhos são restituídos com apoio da investigação atrelado ao uso da tecnologia.

A delegada titular do 25º Distrito Policial, Rosa de Fátima Oliveira, acredita que o fácil acesso à denúncia, agora por meio da Delegacia Eletrônica, é um estímulo para as vítimas registrarem. Rosa destaca que em uma semana foram restituídos 10 aparelhos.

A devolução só foi possível porque as vítimas preencheram o B.O corretamente, com telefone de contato válido para os policiais ligarem e o número do IMEI, que significa International Mobile Equipment Identity, em tradução livre para o português, Identificação Internacional de Equipamento Móvel.

"Pedimos que as pessoas façam realmente o registro e informem o IMEI do celular. Com o IMEI nós rastreamos os aparelhos. Normalmente, a pessoa vem até uma delegacia, faz o registro, com a indicação do IMEI do celular, ou faz o registro na delegacia eletrônica. Quando chega o B.O de conhecimento da autoridade nós providenciamos o rastreamento. É preciso informar um número válido para entrarmos em contato. As delegacias estão com resultado significativo na devolução. A população tem procurado mais, e o resultado é interessante", disse a investigadora.

A maior parte dos assaltos ou furtos ainda acontece dentro dos coletivos ou nas paradas de ônibus, nos arredores do local de trabalho, de acordo com a delegada. Este foi o caso da cuidadora Janaína Nogueira. A mulher foi abordada por um homem armado quando saía do serviço. O criminoso a abordou já colocando uma arma na sua cabeça e exigindo que entregasse o aparelho.

Fui assaltada e não desejo isso para ninguém. Estava na Avenida Dom Manuel, no Dia dos Pais do ano passado. Eu não esperava e não sei como podia me defender porque ele estava armado e seria muito perigoso, então entreguei meu celular"
JANAÍNA NOGUEIRA
cuidadora

Rosa Oliveira alerta que uma das primeiras instruções é bloquear imediatamente o chip junto à operadora e entrar em contato com o banco, caso tenha no celular aplicativos bancários instalados. A delegada ainda considera que a redução no número de casos se deve ao trabalho ostensivo da Polícia Militar, investigações da Polícia Civil que chegam aos receptadores e a cautela dos populares. 

"As pessoas agora estão mais cientes que quando compram um aparelho celular de origem duvidosa, quando não tem nota fiscal, está sendo alvo de praticar um crime de receptação e vai responder e um procedimento policial", disse a delegada.

A professora Zulene Sabino opta pela prevenção: Na parada à espera do ônibus ela revela que pelo medo de ser roubada, prefere deixar o celular em casa ao sair. "Quando eu saio de casa deixo o celular, porque conheço gente que já foi assaltada dentro do ônibus. Prefiro andar sem o meu aparelho para evitar correr esse risco".

Fonte: Diário do Nordeste

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