28/11/2021

O aplicativo de serviço de transporte vem sendo um dos mais utilizados nos últimos anos, de acordo com a pesquisa Datafolha publicada em maio deste ano, 75% dos usuários da Classe C pretendem aumentar ou manter o uso do transporte através dos apps. Mas quando se trata de normas e formalidades, a plataforma e a profissão é cercada de polêmicas, principalmente no campo dos direitos trabalhistas, preços abusivos e recentemente pela segurança questionável.

Até o momento, o Brasil não conta com uma legislação trabalhista para os motoristas de aplicativo. Em setembro deste ano, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) apresentou um projeto de lei (PL 3.055/21) para regulamentar esse serviço como “trabalho intermitente” que deve ser regulado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O preço da gasolina quase ultrapassando os R$7,00 em todo o Brasil, dificultou ainda mais a disponibilidade dos transportes. Muitos motoristas permanecem na plataforma pela necessidade. Antônio Carlos, motorista da Uber, afirma que as corridas de outros municípios estão aparecendo com mais frequência, “tá todo mundo abandonando isso aqui, você apura 50 reais, os 50 reais fica no posto de gasolina”, conclui.

A professora Regina Maria, contou à nossa equipe de reportagem que os valores diferem bastante das plataformas “eu acabo alternando entre os aplicativos, pop, uber e 99”, mas recentemente, a professora relata que o tempo de espera aumentou, e que “os motoristas chegam a cancelar a corrida mais de 5 vezes”.

Conversando com alguns motoristas do aplicativo é quase unânime os relatos de insegurança, principalmente quando pessoas solicitam o serviço para outras. Corridas em determinados bairros em horários noturnos são evitadas pela falta de segurança e pela infraestrutura das ruas. “Temos pouco retorno, além de pagar a gasolina, se você furar o pneu do carro, já era”, afirma Antônio Carlos.

José Batista é motorista da plataforma 99 que encontrou no serviço uma forma de renda extra, ainda durante a pandemia, “resolvi ficar porque preciso de uma renda extra, mas não compensa mais”, afirma.

Apesar da grande movimentação nos bares e restaurantes, e os preço das corridas serem relativamente baixos, considerando o valor atual do combustível, os motoristas relataram durante as viagens, que perguntam o destino final do cliente por questões de segurança e também de retorno financeiro, “não podemos pegar uma corrida sem pensar na volta” revela Antônio Carlos. Com tantas implicações financeiras, o cancelamento de corridas e a desistência dos clientes na plataforma, o destino, principalmente dos motoristas, é incerto.

Fonte: Site Miséria

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