Por Redação Gazeta do Cariri

O Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher é lembrado nesta quinta-feira (25 de novembro). A data reforça a importância do cuidado às mulheres vítimas de violência – seja ela física, sexual, patrimonial, moral ou psicológica. Na Rede da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), dois hospitais no Interior realizam atendimento deste público. O Hospital Regional Norte (HRN), em Sobral, é referência para atendimento de vítimas de violência sexual, enquanto o Hospital Regional do Cariri (HRC), em Juazeiro do Norte, acolhe mulheres que sofreram violência física.

No HRC, unidade referência em trauma na região, mulheres vítimas de agressões físicas buscam atendimento por meio da Emergência do hospital. No ano passado, foram 17 atendimentos a este público. Neste ano, até o dia 23 de novembro, já foram 24 casos, o que representa um aumento de 41%. O número é considerado alto, visto que as vítimas precisaram de atendimento médico hospitalar de emergência após as agressões.

O atendimento médico, muitas vezes, é o primeiro buscado pela vítima. Por isso, em alguns casos, as notificações e os encaminhamentos para as autoridades partem da unidade hospitalar. Os profissionais de saúde devem fazer a notificação compulsória de casos confirmados ou suspeitos de violência contra a mulher, mesmo que ela não queira seguir com a denúncia.

Há também os casos em que as vítimas não informam o que de fato ocorreu. Segundo Amanda Leite, coordenadora do Serviço Social do HRC, os trabalhadores de saúde têm um olhar sensível para reconhecer quando a lesão não é compatível com o relato da vítima e, nesses casos, é feita uma investigação por meio de entrevista para tentar descobrir se realmente a mulher sofreu agressão, mesmo que ela omita a informação.

“A violência contra a mulher muitas vezes é invisibilizada por estar atrelada a fatores culturais, principalmente aqui na nossa região, o que dificulta a denúncia e torna a mulher agredida ainda mais vulnerável”, observa Leite.

Por isso, a notificação compulsória, embasada por lei, é tão importante. A coordenadora destaca que o número de atendimentos na unidade preocupa, porque “nós temos 24 mulheres que precisaram de atendimento médico, mas nós não sabemos de fato quantas foram agredidas, quantas precisaram de atendimento e não tiveram, ou que continuam vivendo em um ambiente de violência”.

Post a Comment