29/12/2021

Três pacientes cearenses foram diagnosticados com coronavírus e influenza simultaneamente, neste mês de dezembro. A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Os três casos de “coinfecção” foram identificados em Fortaleza: são duas crianças de 1 ano de idade, que chegaram a ser internadas em hospitais privados da cidade; e um homem de 52 anos, que não precisou de hospitalização.

De acordo com a Sesa, as crianças também não apresentaram quadros graves e já receberam alta hospitalar. Não há informação de qual cepa do coronavírus foi responsável pelas infecções. Já o vírus da gripe foi identificado como influenza A H3N2.

Ricristhi Gonçalves, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa, explica que a coinfecção “é um evento mais raro”, mas que acontece e que “não significa que o paciente terá agravamento do quadro por conta disso”.

Para identificar o agente causador dos sintomas, o primeiro passo, como orienta a gestora, é realizar o teste de Covid-19. Já o diagnóstico de influenza não é disponibilizado para todos os pacientes.

"Não fazemos testes de influenza em todos, porque o exame de influenza é mais complexo, não está na rotina das unidades. As unidades sentinelas são próprias para atender pessoas com síndromes gripais, coletar amostras e notificar os casos."
RICRISTHI GONÇALVES
Secretária executiva de Vigilância e Regulação da Sesa

Em entrevista recente ao Diário do Nordeste, a virologista, epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, já havia alertado sobre a importância de fortalecer as unidades sentinelas, diante da grande probabilidade de haver infecção cruzada.

“Se não há uma rede sentinela funcionando para captar outros vírus respiratórios, há uma supressão de informação. Tem circulação, mas não tem o exame que confirme. É impossível identificar o agente de infecções respiratórias só pelos sintomas”, avaliou a virologista, na ocasião.

Segundo Caroline, o Ceará deve aprender a conviver com a Covid assim como faz com a gripe há mais de uma década. Assim, ao longo do tempo, será mais comum “a infecção pelos dois agentes, coronavírus e influenza – uma pessoa com Covid não cria bloqueio de se infectar com outro vírus”.

Fonte: Diário do Nordeste

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