O fóssil de mandíbula poderia ser a chave para determinar que há 12.000 anos os cachorros habitaram a América Central (foto: PROYECTO XULO / AFP)

O Ministério das Relações Exteriores informou, por meio de nota, na noite dessa terça-feira, 1º de fevereiro de 2022, que iniciou processo de repatriação de um crânio do réptil voador Pterosauria, que atualmente está na Bélgica, sob proteção e cuidados do Instituto Real de Ciências Naturais (IRSN) do país europeu.

Encontrado na região da Chapada do Araripe, no Cariri cearense, este fóssil, bem como os demais encontrados em território nacional, é protegido pelo Código de Mineração Brasileiro e pela Convenção da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Extinto há 65 milhões de anos, o Pterosauria se destacou entre os fósseis encontrados pela mandíbula com muitos dentes e pela longa cauda.

A nota divulgada pelo Itamaraty enalteceu a importância do trabalho conjunto entre órgãos dos dois países para uma solução do caso. “O retorno desse importante patrimônio arqueológico brasileiro, que deverá ficar exposto no Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, é resultado de esforços coordenados do Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada do Brasil em Bruxelas, e do Serviço Geológico do Brasil, entidade vinculada ao Ministério de Minas e Energia”, afirmou.

Em dezembro de 2021, paleontólogos brasileiros e alemães publicaram um artigo na revista Nature Ecology e Evolution, explicando a importância de combater o tráfico de fósseis, ressaltando a necessidade de repatriação dos materiais aos países de origem. Na publicação, o fóssil cearense Ubirajara jubatus foi usado como exemplo.

Levado para o Museu Estadual de História Natural Karlsruhe (SMNK), na Alemanha, em 1995, o fóssil foi retirado da bacia do Cariri sem a documentação necessária para a exportação, de acordo com a legislação brasileira. Pesquisadores brasileiros fizeram questionamentos sobre a chegada do fóssil à Alemanha, após paleontólogos do Reino Unido, Alemanha e México publicarem a descrição da nova espécie.

Para a valorização e proteção dos fósseis brasileiros, foi levantado em 2020 nas redes sociais a hashtag #UbirajaraBelongsToBR (Ubirajara pertence ao Brasil).

Fonte: O Povo

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