Servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) entram em greve por tempo indeterminado em todo o Brasil nesta quarta-feira, 23 de março de 2022. A ação dos servidores irá paralisar os atendimento presenciais nas unidades do Instituto de forma gradativa ao decorrer do movimento grevista.

A paralisação ocorre em reinvindicação a reposição salarial de 19,99%, realização de concurso público de forma imediata e convocação dos aprovados no última seleção em regime de urgência, além de um plano de carreira.

As reinvindicações exigem ainda melhores condições de trabalho e um amparo financeiro ou estrutural por parte do Governo Federal para os servidores que estão em regime de trabalho remoto. A decisão pela greve foi tomada em assembleia virtual realizada na terça-feira, 22 de março, após a não cooperação do Governo Federal com o diálogo sobre as reinvindicações dos servidores.

O Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho e Previdência Social (Sinprece) destaca em nota enviada ao O Povo que, ainda no dia 22, os pedidos dos trabalhadores foram reforçados em protocolo em Brasília, mas sem retorno por parte do Governo Federal.

Em campanha de vigília desde o dia 17 de março, representantes do Fórum das Entidades Nacionais de Servidores Públicos Federais (Fonasefe) protestam em frente ao Bloco P do Ministério da Economia, de onde o ministro Paulo Guedes despacha, reivindicando uma negociação dos pedidos feitos pelos servidores. 

"Há mais de um ano foi entregue para o ministro Paulo Guedes a pauta com nossas reinvindicações e nunca houve sequer uma tentativa de conversa com a gente. Pedimos desculpas a população que sofrerá muito com esse movimento, mas não tínhamos mais outro caminho", destaca Elenir Pereira, diretora do Sinprece no Ceará. 

A realização do movimento grevista havia sido apresentada ao Ministério ainda no dia 9 de março diante da dificuldade de negociação com o Governo Federal, conforme destaca o Sinprece. A greve nacional tem como orientação geral aos trabalhadores o desligamento do sistema do INSS e a não realização das atividades pelos servidores. 

"Está sendo montado o comitê de greve em Brasília e cada estado também terá seu comitê. Não é uma greve de reinvindicação financeira, estamos com salários congelados há quase dez anos, sofrendo com a inflação, com dificuldades para sustentar nossas famílias", pontua Elenir.

A representante sindical revela ainda que existem atualmente cerca de 2 milhões de processos arquivados no INSS pela falta de servidores para conduzir as análises. "Nosso intuito não é gerar problemas para a população, até porque ela é a mais sofrida nisso tudo. São 2 milhões de pessoas que não conseguem ter acesso aos seus direitos pela falta de estrutura de atendimento e amparo do Governo Federal", afirma a servidora. 

Nesta quarta-feira, 23 de março, ainda deverão ocorrer atendimentos presenciais nas agências do INSS no Brasil. A paralisação das atividades será gradual, regulada pelos comitês grevistas de cada Estado e seguindo as avaliações próprias de cada servidores. "Muito coisa já não estava sendo feita pela falta de estrutura, vamos ter avaliações diárias e ir evoluindo a greve até conseguirmos negociar nossos pleitos", finaliza Elenir. 

O Povo buscou contato com o INSS no Ceará para solicitar um posicionamento do Instituto sobre a greve, bem como para pedir uma avaliação com relação a suspensão dos atendimentos presenciais. Por meio de sua assessoria de comunicação, a entidade porém, destacou que os núcleos regionais aguardam uma orientação da Direção Central do INSS para se posicionarem. 

Com o Sinprece, O Povo apurou com exclusividade que há uma reunião marcada com representantes do Ministério da Economia na sexta-feira, 25 de março. A expectativa do sindicato, porém, ainda é de cautela, já que segundo eles, outras reuniões foram marcadas e desmarcadas antes do anúncio da paralisação, mesmo com o requerimento com pedido de negociação emergencial enviado ainda no dia 18 de janeiro à pasta econômica do Governo.

Fonte: O Povo

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