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O Ceará registrou 1.639 acidentes provocados por escorpiões, de janeiro a abril deste ano. Foram 67 a mais do que o registrado no mesmo período de 2021. O dado foi tabulado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) a pedido do Diário do Nordeste. É uma média de 409 ocorrências por mês.

Em 2021, foram 1.572 casos (393 ao mês). Contudo, os dois anos ficaram abaixo de 2020, que teve 2.484 notificações (621 mensais).

O aumento no número de acidentes pode ter relação com o período chuvoso no Estado. O Centro de Estudos em Toxicologia (Cetox) da Universidade Federal do Ceará (UFC) lembra que as chuvas aumentam o risco de os escorpiões aparecerem dentro das casas, “pois eles saem dos seus esconderijos, onde costumam viver, em busca de abrigos mais secos”.

O Centro destaca que as picadas de escorpião são quase sempre acidentais e ocorrem quando estes são tocados ou se sentem ameaçados. Geralmente, tais animais têm hábitos noturnos.

Espécies no Ceará
Os escorpiões foram responsáveis pela maioria dos acidentes envolvendo animais peçonhentos no Ceará, na última década, de acordo com o mais recente boletim escorpiônico da Sesa, de abril. Eles responderam por 45.771 (70%) dos 64.903 registros no período.

12 espécies de escorpiões circulam no Ceará, segundo a Sesa. Destas, cinco têm maior importância médica.

O Cetox descreve que os acidentes mais frequentes ocorrem com o Tityus stigmurus,  conhecido como escorpião-amarelo-do-Nordeste. Entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, foram coletadas 461 exemplares em 43 municípios, segundo a Sesa. Porém, ele não apresenta um veneno tão potente e causa acidentes de menor gravidade.

Escorpiões com "espinho" próximo ao ferrão são mais perigosos
aos humanos. Foto: Sesa

Sintomas após a picada
Dependendo do veneno, as pessoas picadas podem desenvolver quadros variados de escorpionismo:

Casos leves: quadro local com dor, vermelhidão, formigamento e sudorese; ocasionalmente, pode haver náusea, vômito, agitação e taquicardia;
Casos moderados: quadro local associado a algumas sudorese, náuseas, vômitos, aumento da frequência cardíaca ou da pressão arterial e agitação;
Casos graves: manifestações sistêmicas intensas com vários episódios de vômitos, suor intenso, excesso de saliva, agitação, sonolência, respiração acelerada e convulsões.

Como se prevenir
A Sesa recomenda diversas medidas para evitar acidentes com escorpiões:

Verificar roupas, toalhas e sapatos antes de utilizá-los;
Manter berços e camas afastados de paredes;
Manter quintais e jardins limpos e não acumular lixo;
Telar ralos, pias e tanques.

Como socorrer a vítima
A medida imediata deve ser lavar o local da picada com água e sabão, e, em seguida, procurar atendimento médico urgente. Se possível, é recomendado capturar e levar o animal (vivo ou morto) para facilitar o diagnóstico.

Porém, a Sesa e o Cetox também explicam o que não fazer:
Não amarrar, fazer torniquete ou curativo que feche o local;
Não aplicar nenhum tipo de substâncias (fezes, álcool, querosene, fumo, ervas, urina) para evitar infecções;
Não cortar, sugar, perfurar ou queimar o local da picada.

Fonte: Diário do Nordeste

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