A Polícia Federal realizou na manhã desta sexta-feira (20 de maio de 2022) uma operação para desmontar um esquema de corrupção bilionário que envolve a participação de juízes federais, advogados, servidores públicos e empresários. Segundo as investigações, grandes devedores da União foram beneficiados por decisões judiciais e geraram prejuízo ao Fisco Federal.

Noventa policiais federais cumprem 19 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, São Paulo, Recife (PE), Dourado (MS) e Brasília.

Os mandados foram determinados pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no Recife, e autoriza a apreensão de documentos e mídias que podem conter indícios da participação de cada pessoa no esquema de corrupção.

'Prejuízo bilionário'
Ainda conforme a Polícia Federal, houve condução ilícita nos processos fiscais de "grandes devedores da União" entre os anos de 2012 e 2016. Empresários devedores atuaram com advogados e juízes e "resultaram em prejuízo bilionário aos cofres da União".

A Polícia Federal vai informar mais detalhes de como os suspeitos atuavam ainda nesta sexta-feira.

As investigações foram iniciadas em 2019; desde então, a Polícia Federal encontrou indícios das seguintes irregularidades:

vínculos suspeitos entre magistrados e advogados;
fluxo financeiro suspeito;
falsificação de documentos com simulação de intimações da União, com prejuízo à Fazenda Nacional em benefício de empresários.

Corrupção e lavagem de dinheiro
Caso a operação aponte indícios e provas, os participantes do esquema de corrupção devem responder por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Em caso de condenação, as penas podem chegar a 42 anos de prisão.

A Polícia Federal informa que as investigações continuam, com análise do material apreendido.

Operação Skiagraphia
A operação realizada nesta sexta foi batizada de "Skiagraphia". Conforme a corporação policial, o nome da operação remete à técnica de pintura “shadow painting”, em que se busca dar a ilusão de profundidade pelo contraste entre sombra e luz.

"Com isso, os investigados simulavam estar à luz do caminho público, mas na verdade se encontravam às sombras da lei."

Fonte: g1 CE

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