Localizada na região do Cariri, Antonina do Norte está entre as 5 cidades do Ceará que acumularam os menores volumes de chuva

A quadra chuvosa chegou ao fim com balanço positivo para o Ceará, cujo índice pluviométrico ficou acima da média histórica. Contudo, nem todos os municípios gozaram igualmente de boas precipitações e acumulam, nestes cinco meses iniciais do ano, chuvas bem aquém da média anual.

Parambu encabeça a lista, tendo, até agora, o pior acumulado dentre todas as cidades do Ceará. Este tende a ser o segundo ano consecutivo que o Município terminará com o menor volume pluviométrico acumulado do Estado. 

Em 153 dias, choveu o acumulado médio de apenas 397,3 mm, quase 50% inferior à média histórica, que é de 695,5 milímetros. Esta é a única cidade cearense, até agora, com acumulado inferior a 400mm. Em 2021, Parambu fechou o ano com somente 226,5 mm, o que representa 67% abaixo da média histórica.

A reportagem tentou contato, ao longo de duas semanas, com Wandemberg Gomes Costa, secretário de Agricultura de Parambu, por ser a cidade que apresenta pior cenário há dois anos consecutivos, no entanto, o titular não respondeu as mensagens, nem atendeu ou retornou as ligações. 

O Diário do Nordeste questionou quais os impactos causados diante do segundo ano consecutivo com chuvas abaixo da média e se a cidade corre risco de desabastecimento.  

Monsenhor Tabosa tem o segundo pior acumulado, com 430,2 mm. Esta é a primeira vez, em quase três décadas, que o Município figura entre os piores índices acumulados. Desde 1993 a cidade manteve-se fora da lista dos dez menores volumes de chuva.

Parambu: choveu, até agora, 397,3 mm, o que representa 42,9% abaixo da média anual histórica, que é de 695,5 mm
Monsenhor Tabosa: choveu, até agora, 430,2 mm, o que representa 37,7% abaixo da média anual histórica, que é de 690,1 mm
Antonina do Norte (região do Cariri): choveu, até agora, 444,2 mm, o que representa 29,6% abaixo da média anual histórica, que é de 630,9 mm
Croatá: choveu, até agora, 455,2 mm, o que representa 47,7% abaixo da média anual histórica, que é de 870,5 mm
Irauçuba: choveu, até agora, 464,7 mm, o que representa 9,6% abaixo da média anual histórica, que é de 514,3 mm

Antonina do Norte aparece logo atrás, com chuvas acumuladas de 444,2 mm, o que representa quase 30% inferior a média histórica anual. As três cidades com piores volumes de chuva são todas da região do Sertão Central e Inhamuns. Esta é a localidade, dentre as oito macrorregiões do Estado, com o menor índice pluviométrico.

É a região que apresenta o cenário mais delicado. A situação é de alerta e o monitoramento é frequente. O Sertão Central recebeu poucas chuvas e isso dificultou a recarga dos açudes. 
BRUNO REBOUÇAS
Diretor de Operações da Cogerh

Conforme dados da Funceme, a média anual de chuvas para a região é de 676,2 milímetros, o menor índice do Estado e a única a ter média abaixo dos 700 mm. A macrorregião que ostenta a maior normal climatológica é o Litoral de Fortaleza, com 1.083,8 milímetros.

Fecham a lista os municípios de Croatá e Irauçuba, com 455,2 mm e 464,7milímetros, respectivamente.  

SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
Das cinco cidades com menor volume acumulado neste ano, apenas Antonina do Norte e Croatá não estão com decreto de emergência vigente. Todas as demais, além de outros 24 municípios, estão com decreto por decorrência de seca ou estiagem.

Conforme a Defesa Civil do Estado, a decretação de situação anormal tem o objetivo de estabelecer uma situação jurídica especial a fim de facilitar a gestão administrativa pública para a execução das ações de socorro e assistência humanitária à população afetada, restabelecimento de serviços essenciais e recuperação de áreas atingidas por desastre.

Essa situação jurídica especial permite que seja "dispensada a licitação para as contratações que visem à aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 dias".

Fonte: Diário do Nordeste

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