Mais
da metade do mês de março se passou e as chuvas estão 77% abaixo da média
histórica no Ceará. A média do acumulado de chuvas na primeira quinzena de
março é de 45,4 milímetros (mm), enquanto a média esperada para todo o mês é de
203,4 mm. Ou seja, em 15 dias choveu 22,3% do esperado para todo o mês. O
volume de precipitações para o período ainda é considerado normal, conforme a
Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), já que se
refere apenas à 1ª metade do mês. Desde 2012, ano em que começou a seca no
Ceará, a média de precipitações em março superou o normal para o mês apenas em
2017, quando foram registrados 206,2 mm. Em 2012, foram registrados 93,2 mm; em
2013, 78,4 mm; em 2014, 158,3 mm; em 2015, 178,4 mm; e em 2016, 129,4 mm.
Neste
fim de semana, há perspectiva de chuva em poucas regiões do Estado. Hoje, a
previsão é de nebulosidade variável com possibilidade de chuva no noroeste do
Ceará. Nas demais regiões, céu entre parcialmente nublado e claro. Para amanhã,
há possibilidade de chuva na faixa oeste e sul do Estado.
Nas
outras áreas, céu parcialmente nublado. A previsão da Funceme para o feriado de
São José será divulgada ainda neste sábado.
De
janeiro até hoje, as regiões do Estado que registraram as maiores médias
acumuladas foram o Litoral Norte e o Cariri, locais que registraram,
respectivamente, 557,3 mm e 437,4 mm de precipitações. Em janeiro, a média de
chuvas foi de 63,6 mm, 35,6% abaixo do registro histórico. A situação melhorou
em fevereiro, com média de 183,8 mm, 54.9% acima do esperado.
A
esperança de mais chuvas nos próximos dias é alimentada por agricultores
cearenses. No município de Barbalha, no Cariri, por exemplo, choveu por apenas
três dias no início de março, com médias baixas de 39, de 7 e de 2,5
milímetros, conforme dados da Funceme. A presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares de Barbalha, Rivaneide Rocha,
relata que ainda não há perdas de safra, apesar de a plantação já começar a
sentir os efeitos da estiagem. “A gente fica aguardando chuva. Se não chover
após o dia de São José (19 de março), a gente começa a se preocupar”.
Já
em Jaguaruana, só foram registradas chuvas nos dois primeiros dias do mês, com
médias de 1,5 e 15,1 milímetros. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Jaguaruana, Aloisio Gomes da Rocha, conta que as chuvas abaixo do
esperado ocasionaram perdas nas safras dos agricultores. “Se chover dentro
desse período de cinco dias, ainda dá para recuperar boa parte das plantações,
mas 20% já se perdeu de cultura de milho e feijão”, afirma. Com a aproximação
do dia de São José, os agricultores continuam otimistas, comenta Aloisio.
METEOROLOGIA
CADÊ
A CHUVA?
A Funceme explica que após o início de março houve uma diminuição das chuvas
devido ao afastamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) da costa do
Estado. > Ressalta ainda que as condições podem ficar mais favoráveis. A
previsão apresentada para os meses de março, abril e maio é de 45% de chuvas
acima e 20% abaixo da média.
(O Povo)
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