
A
proximidade administrativa e eleitoral entre o governador Camilo Santana e o
presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), pode render à sigla emedebista a
Secretaria das Cidades. O deputado estadual Danniel Oliveira (MDB), sobrinho de
Eunício, é cotado para comandar a Pasta. Para além do MDB, contudo, o
governador, reeleito com o apoio de 24 partidos, terá a missão de organizar a
nova gestão com aliados que já sinalizam interesse em ajudá-lo no segundo
mandato.
O
secretário-chefe da Casa Civil, Nelson Martins, afirma que o governador só
tratará dessas questões após o retorno de suas férias, que começarão ainda
nesta semana e serão concluídas no início de dezembro. O chefe do Executivo
deve passar alguns dias com a família em Israel. Até lá, segundo Martins, quem
tocará o Governo é a vice-governadora, Izolda Cela (PDT).
"Ainda
estamos trabalhando nisso, mas não fui autorizado ou orientado para tratar
desse assunto", explica o secretário. Ele, porém, confirma que o secretário
de Planejamento, Maia Júnior, já concluiu um estudo voltado a uma melhor gestão
da máquina pública. No entanto, ainda não houve sinalização do governador sobre
alteração na estrutura da administração pública, nem mesmo redução de
secretarias para 2019.
Saúde
fiscal
"O
que temos discutido é a questão fiscal do Estado, é enxugar a máquina. Essa
questão de redução no número de secretarias não é reduzir gastos, mas ter mais
eficiência. Com relação à reforma administrativa, temos apenas um estudo, nada
definido", frisa o chefe da Casa Civil.
Apesar
de Martins assegurar que Camilo Santana não tratou sobre nome para a gestão,
alguns dirigentes partidários destacam que há algumas sinalizações. O deputado
Danniel Oliveira ressalta que ainda deve conversar com o governador sobre sua
indicação para a Secretaria de Cidades e pondera também que há possibilidade de
mais emedebistas assumirem espaços no novo Governo Camilo.
O
presidente estadual do PT, deputado Moisés Braz, considera que o processo de
ingresso de petistas no segundo Governo Camilo "é natural", uma vez
que o governador é filiado à legenda. "Esperamos ser convidados pelo
governador para fazermos parte da administração", diz.
Espera
Ele
salienta, ainda, que tal diálogo já foi tratado dentro do partido e que, agora,
a legenda aguarda uma audiência com Camilo Santana para tratar dos
encaminhamentos a respeito dos espaços que o PT deve ter na futura
administração. "Vamos cobrar espaços e esperar o posicionamento do
governador".
O
PSD também tem interesse em participar da nova gestão, afirma Domingos Filho,
líder da legenda no Ceará. "Exército vencedor deve ser 'Exército de
Ocupação'", declara. No entanto, ele deixa claro que a agenda cabe ao
governador. O partido também não foi procurado para tratar do assunto.
Outras
legendas aliadas de primeira hora, PDT e PCdoB também aguardam convite de
Camilo para um diálogo com o intuito de fechar questão sobre espaços no
Governo. O deputado André Figueiredo, presidente da sigla pedetista, informa
que o diálogo ainda não aconteceu, mas está no aguardo.
Já
Luiz Carlos Paes, que preside o PCdoB, diz que, a priori, o partido pretende
permanecer no governo. "Se formos convidados, participaremos. Estamos
aguardando uma conversa com o governador, até porque o período pós-eleições foi
muito conturbado", afirma.
Bolsonaro
O
secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Maia Júnior, apresentou projeto
de estruturação da administração estadual ao governador Camilo Santana
tratando, principalmente, do equilíbrio fiscal do novo Governo petista. Segundo
ele, a proposta idealizada por seu grupo de trabalho está "alinhada"
ao que propõe a equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro.
"Tive
acesso ao projeto do governo de transição do novo presidente, e vi que o
projeto do Governo que ganhou é muito alinhado com o que estamos fazendo aqui,
até porque gestão não tem muitas diferenças", esclarece o secretário Maia
Júnior. "O dever de casa dos municípios, estados e União é muito
semelhante: aprimorar a gestão fiscal pública. Isso envolve medidas muito
próximas, muito parecidas".
Os
estudos feitos pela equipe de Maia Júnior foram apresentados ao governador no
último sábado (17), mas o chefe do Poder Executivo ainda não teria dado
respostas s a respeito da proposta do secretário.
"Eu
não posso dizer o que vou reduzir. Fizemos uma proposta técnica, cabe a ele
analisar e tomar uma decisão final", argumentou. Informações dão conta da
sugestão de redução do tamanho atual da máquina estadual. Em âmbito federal,
Jair Bolsonaro também propõe uma redução do número de ministérios em sua
gestão.
Trabalho
Os
estudos de estruturação da administração estadual no segundo Governo Camilo
Santana, de acordo com Maia Júnior, vêm sendo realizados desde que ele iniciou
suas atividades na Pasta do Planejamento. Diversas ações foram idealizadas para
melhorar a gestão pública e fiscal do Estado.
"A
prioridade dos estudos é termos um Estado sanado e em boas condições para gerar
uma capacidade de investimentos, que é o que deseja a população. Precisamos de
rigidez fiscal muito grande", defendeu o secretário. (Diário do Nordeste)
Postar um comentário