FOTO: Helene Santos |
Os
percentuais iniciais são de aumento médio de 11,62%, sendo 11,39% para usuários
da baixa tensão (residências) e 12,23% para os de alta tensão (industria e
comércio), o que gerou críticas de órgãos de defesa do consumidor. Hoje, às
9h30min, será realizada audiência pública no auditório do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae-CE), na Praia de Iracema, para
discutir o reajuste.
Mais de 3,5 milhões de consumidores em
184 municípios do Ceará devem ser impactados pelo aumento que, após homologação
em um mês, entrará em vigor a partir do dia 22 de abril.
"Os
índices finais do reajuste somente poderão ser confirmados após a análise das
contribuições da audiência, e a conclusão da fiscalização da Aneel sobre os
investimentos da Enel Ceará", afirma o engenheiro eletricista e diretor da
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa.
Ele
irá presidir a sessão que contará com a presença da Enel, do Ministério Público
do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Programa Estadual de Proteção e Defesa
do Consumidor (Decon) e da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE).
Um
dos pontos criticados pelo presidente do Conselho de Consumidores da Enel,
Erildo Pontes, é a difícil compreensão dos cálculos para a revisão, que,
segundo ele, não observam índices inflacionários do País em 2018, já que a
proposta de aumento é quase quatro vezes maior.
"Como
temos na sociedade um percentual muito grande de pessoas que têm seus ganhos
atrelados ao salário mínimo, que subiu 4,6%, como vai acomodar esse reajuste no
seu orçamento?", questiona.
Pontes
confessa estar preocupado também com o aumento da inadimplência. "Os mais
pobres serão muito impactados. Já tivemos a água com crescimento acima de
10%".
A
Comissão de Direito do Consumidor da OAB-CE estará presente na audiência
pública colhendo informações sobre os cálculos para o reajuste. Conforme foi
adiantado no último dia 23 de janeiro, é estudado se o aumento é abusivo e se
uma ação civil pública em contestação é necessária.
"Após
a audiência formaremos um grupo de estudo a respeito do tema", explica o
presidente da Comissão de Direito do Consumidor da OAB-CE, Thiago Fujita. Ele
acrescenta que, se for comprovada a "abusividade" na proposta, irão
se posicionar sobre o assunto. (O Povo)
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