Bebianno afirma que não pretende pedir demissão. FOTO: Walterson Rosa - Folhapress |
Ao
jornal O Estado
de S. Paulo, o ministro afirmou ter trabalhado desde o início para
eleger Bolsonaro e por parlamentares do partido. "Não fui candidato. Não
tenho interesse em nada. Eu trabalhei para eleger o presidente e, por
consequência, acabei ajudando um monte de gente a ser eleita também",
afirmou o ministro, antes de Bolsonaro dizer à TV Record que o destino do
auxiliar pode ser "voltar às origens".
Na
tentativa de mostrar como ajudou o PSL, Bebianno também citou a solução dada
por ele para uma pendência do diretório estadual de São Paulo com a Justiça
Eleitoral, que teria colocado em risco candidaturas do partido, como a do
deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente.
"Quem
resolveu o problema de São Paulo? Fui eu. Montei uma equipe jurídica de
primeira linha para resolver o problema na última semana. Se não fosse o meu
trabalho, o (senador) Major Olímpio não teria sido eleito, o Eduardo Bolsonaro
não teria sido eleito, nem a (deputada) Joice Hasselmann. Faço questão de dizer
isso."
Bebianno
afirmou ainda que "ninguém de São Paulo teria sido eleito" porque não
haveria nem mesmo legenda para os candidatos concorrerem. "Não teria
havido convenção, formação de chapa. Então, o meu trabalho no partido resultou
em benefício para todo mundo, menos para mim, que não sou candidato, não sou
nada, não sou mais presidente (do partido), não sou político", afirmou.
A
preocupação no governo - de militares a civis - é a de que Bebianno deixe o
cargo "atirando". Auxiliares do presidente lembram que o chefe da
Secretaria-Geral foi o principal coordenador da campanha de Bolsonaro e o
responsável por tornar viável a entrada dele no PSL.
Durante
a campanha, o agora ministro, que é advogado, não só comandou o partido como
defendeu Bolsonaro em processos na Justiça Eleitoral.
Laranja
Questionado
sobre suspeitas levantadas pelo jornal Folha de S.Paulo de que o PSL teria
usado candidaturas laranjas nas eleições, Bebianno minimizou a denúncia.
"Não me atinge. Não atinge o presidente. O presidente não usou dinheiro do
partido nem do fundo eleitoral. Só usou dinheiro doado diretamente para ele,
por meio de vaquinha virtual", argumentou o ministro.
A
crise fez o PSL montar uma estratégia para impedir que o tiroteio contamine
votações no Congresso, principalmente a reforma da Previdência. O plano, porém,
mostrou que a sigla continua dividida e o governo, bastante fragilizado.
Enquanto
Joice Hasselmann afirmava que não pode haver um "puxadinho" da família
do presidente com o Palácio do Planalto, o líder do PSL na Câmara, Delegado
Waldir (GO), defendia a divulgação das divergências pelas redes sociais.
"Aqui todo mundo fala as coisas na lata", disse ele, tentando mostrar
que o PSL vai imprimir um "novo estilo" na política.
Para
Joice, porém, Carlos Bolsonaro abalou o governo do próprio pai ao fazer
acusações contra Bebianno. "É uma coisa de louco. É inimaginável uma coisa
dessas. Tem de ter separação. Casa do presidente é uma coisa, palácio é outra.
Não pode ter puxadinho", criticou a deputada. As informações são do
jornal O Estado
de S. Paulo.
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