Damares Alves |
No
fim do mês passado, o governo federal já havia anunciado a conclusão de uma primeira versão do texto. Na oportunidade,
a ministra titular dos Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou entender que,
embora o ensino domiciliar pertença ao campo da educação, "é uma demanda
de família", devendo ser, portanto, uma proposta apresentada pelo
ministério que comanda.
Por
ter força de lei, a medida provisória tem seus efeitos válidos a partir do
momento em que é editada, inicialmente por 60 dias. Esse prazo é
automaticamente prorrogado por igual período quando a votação nas duas Casas do
Congresso Nacional - Câmara dos Deputados e Senado Federal -, onde é convertida
definitivamente em lei ordinária, não é concluída.
Prioridades
A
regulamentação do homeschooling, como também é chamada a educação ministrada no
lar, consta das 35 metas prioritárias dos 100 primeiros dias do governo Jair
Bolsonaro e tem dividido opiniões. No ano passado, por exemplo, o
Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu não reconhecer essa modalidade de
ensino. Para a Corte, a Constituição prevê apenas o modelo de ensino público ou
privado, cuja matrícula é obrigatória, e não há lei que autorize a medida.
Durante
a discussão no STF, manifestaram-se contrárias ao homeschooling a
Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República, esta
argumentando que a modalidade "não encontra fundamento próprio na
Constituição Federal".
Na
semana passada, o secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luiz
Antônio Tozi, defendeu que a educação domiciliar deve complementar a
educação formal e que matrículas nas escolas seguem obrigatórias.
“O
homeschooling não substitui a escola, ele complementa a escola. Está na lei que
[crianças e jovens de 4 a 17 anos] têm que vir para a escola. Ele
complementa o processo educacional, trazendo para perto da casa dele, para
dentro de onde ele mora, a questão da educação, que é algo que tem que ser
valorizado pela sociedade. Os pais têm que estar sabendo e devem estar
participando da formação de seus filhos”, disse Tozi.
A
demanda por regulamentação do ensino domiciliar foi levada ao governo pela
Associação Nacional de Educação Domiciliar (Aned). O último levantamento
da associação, de 2018, mostra que 7,5 mil famílias educam os filhos em casa -
número que representa mais que o dobro das 3,2 mil famílias identificadas em
2016. A estimativa é que 15 mil crianças recebam educação domiciliar. A
estimativa do governo é que 31 mil famílias são adeptas da modalidade. (Agência Brasil)
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