Juazeiro do Norte possui o edifício residencial
mais alto
de todo o Ceará. Formado por duas
torres de quase 100 metros de altura,
com
integração entre os prédios
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Há
10 anos, o mercado da construção civil era o que mais crescia e empregava no
Cariri, segundo os dados do Sistema Nacional de Emprego - Instituto de
Desenvolvimento de Trabalho (Sine/IDT). Na época, segundo o Sindicato dos
Empregados da Construção Civil, só em Juazeiro do Norte, havia nove mil pessoas
atuando tanto com carteira assinada quanto informalmente no setor. Nas obras,
existia até carência de profissionais qualificados.
Porém,
a crise econômica também afetou o setor a partir de 2015, tendo muitas obras
paradas ou em ritmo lento. Ano passado foi diferente e já houve uma retomada de
crescimento que anima empresários e corretores de imóveis. Em 2017, de acordo
com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), a construção civil
empregou 3.084 pessoas no Cariri. Destes, quase metade, 1.525, foi em Juazeiro
do Norte. Isso representava 2,48% da participação no setor em todo Ceará, que
possuía 61.437 empregados.
Em
2018, a terra do Padre Cícero voltou a ter crescimento no número de empregados:
1.818, ou seja, 293 a mais que no ano anterior; enquanto o Estado teve uma
queda, passando a ter 60.294 trabalhadores formalizados. Por isso, a parcela de
participação do Município também aumentou para 3,02% deste número.
Por
outro lado, a quantidade de empregos na Região também cresceu, atingindo 4.279
no ano passado.
"É
um setor que vem dando retorno para Juazeiro. Fechou em crescimento no número
de empregos. Há novos empreendimentos na cidade. Um hotel que acabou de ser
finalizado, outros que começaram a ser erguidos, malls, na área de habitação,
isso dá um retorno bom ao Município tanto financeiramente como crescimento de
outras economias. A expectativa é que 2019 mantenha esse crescimento",
acredita o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação de Juazeiro do
Norte, Michel Araújo.
Otimismo
Os
números são positivos, mas inferiores quando comparados com 2012 - quando
Juazeiro do Norte empregou mais de 2.800 profissionais apenas naquele ano.
"O Município está dentro de um contexto nacional. Tivemos estoques de
imóveis que foram produzidos e não foram comercializados. Até questão de apagão
de mão de obra. Estava tão acelerado que os efeitos foram contrários. A crise
foi violentíssima, mas 2018 já melhorou muito", conta o empresário de uma
das principais empreiteiras do Município, Felipe Coelho. Ele sente uma leve
melhora a partir do ano passado, porque acredita que houve uma estabilização
maior na economia.
Por
outro lado, Felipe admite que as obras do programa "Minha Casa, Minha
Vida" no Município aqueceram o mercado da construção civil quando ela
vivia seu pior período. "Mas ainda não é um setor que se recuperou
totalmente", pondera. O corretor de imóveis Fagner Canuto lembra que entre
2008 e 2014 foram registrados crescimento elevado e volume acelerado de
operações, mas, nos três anos seguintes, houve muitas quebras de contrato de
venda de imóveis.
"No
segundo semestre de 2018 já diminuíram muito (os distratos)", conta. Hoje,
avalia, o mercado está mais otimista. "A gente observou na nossa compra e
venda. O telefone está tocando bem mais que antes", completa. Além disso,
Fagner observa que há uma retomada de lançamentos imobiliários e as
construtoras estão apresentando novos produtos. "Isso já mostra confiança
na demanda", acredita.
Empreendimentos
Até
o fim deste mês, deverá ser entregue o prédio do Hotel Ibis, o primeiro do
interior do Estado com a marca e gestão operacional do grupo francês Accor
Hotels. As obras estão em fase de acabamento. Ao todo, terão 140 apartamentos
com estrutura moderna.
Entregue
no último mês de novembro, o Spazio Bezerra de Menezes é o edifício residencial
mais alto de todo o Ceará, formado por duas torres de quase 100 metros de
altura, com integração entre os prédios. Segundo o Conselho Regional de
Corretores de Imóveis (Creci), em Juazeiro do Norte, o bairro que possui maior
índice de valorização no aspecto residencial é o Lagoa Seca. Lá, os condomínios
verticais têm valor médio de R$ 6,8 mil por m² já as casas, apresentam R$ 3,3
mil por m². (Diário do Nordeste)
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