Um
ano após o acidente que vitimou o radialista Ricardo José Hilário da Silva,
morto no Beach Park após cair da boia do brinquedo "Vainkará", o
processo criminal em tramitação na 2ª Vara de Aquiraz permanece na fase de
inquérito policial, segundo informou o Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE). O relatório da Polícia Civil sobre o caso foi concluído e está
sendo analisado pelo Ministério Público Estadual, que decidirá
se apresenta ou não a denúncia.
O
turista de Sorocaba estava na boia do brinquedo com mais três pessoas, no dia
16 de julho de 2018, quando caiu e bateu a cabeça na estrutura da atração,
inaugurada poucos dias antes. Apesar de ser socorrido de imediato, Hilário não
resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro do parque. Os outros ocupantes
ficaram feridos. O brinquedo permanece fechado desde então.
Em
setembro do ano passado, o laudo pericial da Coordenadoria de Perícia Criminal
ligada à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) do Estado
eximiu a responsabilidade dos usuários pelo acidente, atribuindo o fato ao
excesso de peso e a distribuição irregular dos participantes na boia. Na
ocasião, o Beach Park negou que o excesso de peso tenha sido o fator de risco
do acidente, confirmado por testes realizados após o acidente por engenheiro
especialista.
Ação
Civil
Paralelo
ao processo criminal, corre uma ação civil com pedido de indenização por danos
patrimoniais, ingressada pela família da vítima. O advogado responsável pelo
caso, João Vicente Leitão, não revela o valor pedido. Esclarece, no entanto,
que ainda entrará com ação por danos morais. "Pelo o que a viúva e a filha
sofreram e sofrerão pelo resto da vida. O dano moral é uma coisa
contínua", afirma.
Em
nota, o Beach Park confirma existir uma proposta que está sob avaliação e
reitera ter prestado "toda assistência às vítimas e familiares e garante à
família Beach Park – frequentadores, colaboradores e parceiros – que vai
continuar, como sempre fez, aperfeiçoando seus procedimentos de segurança e
promovendo o debate com o setor para que a experiência no Beach Park seja cada
vez mais segura e agradável".
A
empresa afirma ter recebido recentemente laudo da empresa americana ESi,
referência no mercado em investigações dessa natureza, comprovando que o
brinquedo "apresenta falha de projeto, alterando a trajetória da boia
independentemente do peso, o que foi determinante para ocorrer o
acidente". Segundo o relatório, concluído em maio, "o design do
referido toboágua resulta em situações onde a boia se torna instável
e não segura, mesmo quando o peso dos usuários soma menos que os 320 kg
recomendados pela ProSlide”.
As
empresas que fazem os projetos e a instalação de brinquedos em parques
aquáticos, ainda segundo o Beack Park, são responsáveis por garantir
a excelência do projeto e da instalação, cabendo aos parques escolher um
fornecedor qualificado e garantir que a operação do brinquedo se dê de forma
adequada, como consta nos manuais dos fabricantes. Por fim, afirma que,
"diante da perícia e com a certeza de ter seguido todos os procedimentos
corretos na operação da atração, o Beach Park está avaliando as medidas
jurídicas aplicáveis ao caso", diz a nota. (Diário do Nordeste)
Postar um comentário