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Por acidente de moto em 2014, Darly Silva da Costa, 25, não consegue trabalhar e ainda aguarda passar por três cirurgias. FOTO: Thiago Gadelha |
O
balanço, levantado pelo Núcleo de Dados, aponta, no entanto, uma redução de
9,04% no número de indenizações concedidas por mortes de jovens se comparado a
2015, quando 985 morreram em acidentes de trânsito. Nesse ranking, o Estado
ocupava a 6ª posição nacional nos últimos três anos.
Se
levadas em consideração as indenizações pagas a essa faixa etária em 2018, a
redução foi ainda maior, de 70% quando verificados os últimos quatro anos. A
Seguradora Líder ressarciu 10.674 jovens vítimas de ocorrências no trânsito no
ano passado, cerca de 47% de todas as compensações pagas no período. Entre os
jovens que receberam indenizações, ainda segundo o levantamento, 7.444 estavam
na condição de motorista, o equivalente a cerca de 69,74% do total; 1.695 eram
passageiros (15,88%) e 1.535 eram pedestres (14,38%).
Os
dados revelam, ainda, que a moto foi o veículo utilizado pela imensa maioria
das pessoas de 18 a 34 anos asseguradas pelo DPVAT no ano passado. Entre os
veículos envolvidos em acidentes, 9.781 foram motocicletas (91,63%), 617 foram
automóveis (5,78%) e 133 ciclomotores (1,25%).
Foi
exatamente em cima de uma motocicleta que o porteiro Darly Silva da Costa viu
sua vida mudar, para pior. Há cerca de cinco anos, o jovem - na época com 20
anos de idade - trafegava no Anel Viário como garupeiro quando um carro na
contramão colidiu de frente com a moto em que estava. Darly teve fratura
exposta na perna e acabou perdendo 15 centímetros do membro.
Até
o momento, passou por dois procedimentos cirúrgicos e precisa de mais três, que
desde 2017 tenta realizar no Instituto Dr. José Frota (IJF), uma vez que os
cerca de R$ 7 mil indenizados pela Seguradora Líder na primeira parcela não
foram suficientes para cobrir todas as despesas, segundo diz.
"Preciso
de um enxerto ósseo, que é tirar uma parte do osso da bacia para preencher o
fêmur; de uma cirurgia para cortar o osso e alongar a perna, que está mais
curta do que a outra; e ainda refixar o aparelho que está na minha perna, pois
está afrouxando a cada dia que passa. Mas no IJF ainda não consegui porque
todos os dias tem gente nova acidentada e eu tenho que ficar na fila do
SUS", afirma.
Enquanto
os procedimentos não são realizados, o jovem amarga as limitações impostas pelo
acidente, entre elas, o fato de não poder trabalhar e ajudar nas despesas da
família. "No dia do acidente, eu estava com apenas seis dias de casado.
Após dois meses internado, minha esposa descobriu que estava grávida. Lutei
contra a minha recuperação para ver o nascimento do meu filho. Hoje não tenho
vida. Ele quer jogar bola e eu não posso. Minha esposa é nova, tem que viver,
eu tenho que viver, mas não consigo", lamenta. (Diário do Nordeste)
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