O Ceará registra, em média, 18 acidentes de trabalho por dia. É o que apontam números do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que mostram a incidência de 66.535 acidentes no período de 2009 a 2018. Somente neste ano, até a última quinta-feira (11), já foram registrados 2.660 casos. Destes, 722 aconteceram em Fortaleza.

Os casos catalogados pelo INSS como "acidente de trabalho" são aqueles em que os trabalhadores contribuintes com a Previdência Social através de vínculos empregatícios se afastam da atividade que exercem por mais de 15 dias corridos, no caso do benefício temporário de auxílio doença, até evoluir para a cessação do benefício ou prestações permanentes, como, por exemplo, aposentadoria por invalidez ou pensão por morte.

O Auxílio Doença por Acidente de Trabalho foi o tipo de benefício mais demandando de 2009 até hoje, com 59.375 registros. Ou seja, o equivalente a 85% de todos os acidentes do período no Estado. Essa concessão é paga a quem sofreu acidente de trabalho ou desenvolveu doença a partir das condições laborais. O Auxílio Acidente Previdenciário aparece em segundo, com 6.483 casos, seguido do Auxílio Acidente (pago ao trabalhador que sofre um acidente e fica com sequelas), até então com 1.723 registros. Em se tratando de pensão por morte decorrente de acidente de trabalho, foram emitidos 59 benefícios.

A maior parte dos registros no Estado, média de 10% dos acidentes notificados, decorre do setor de fabricação de calçados, segundo aponta o vice-procurador chefe do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE), Antonio de Oliveira Lima. "Isso porque essa fabricação acontece em ritmo muito acelerado, a máquina fica constantemente rodando e daí acontecem os acidentes", afirma.

Atividades oriundas da administração pública em geral - em destaque funcionários de hospitais públicos - e da construção de prédios complementam a maior parte das ocorrências, conforme aponta.

Índices elevados
Para Antonio de Oliveira Lima, os números ainda vistos no Ceará acompanham o cenário nacional, que coloca o País como um dos que mais registra acidentes de trabalho no mundo. Isso revela, segundo analisa, a necessidade de as empresas trabalharem mais nas políticas de prevenção desses casos.            (Diário do Nordeste)

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