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Impacto da greve teria sido maior no Ceará pela dependência das rodovias para entrada e saída de produtos. FOTO: REINALDO JORGE |
No
entanto, a evolução fora do padrão é resultado do contraponto com um desempenho
muito aquém do esperado no ano passado, causado pela paralisação que afetou
toda a cadeia produtiva brasileira. Além disso, de acordo com Nicolino
Trompieri Neto, coordenador de Contas Regionais do Instituto de Pesquisa e
Estratégia Econômica do Estado do Ceará (Ipece), o Ceará é muito dependente do
modal terrestre para entrada e saída de produtos. Sendo assim, o impacto da
recuperação seria, de fato, maior para o Estado do que para o País, já que o
impacto da greve dos caminhoneiros foi maior aqui.
Sendo
assim, ainda não há garantias de que o resultado de maio acabe consolidando o
crescimento do Estado até o fim do ano. Com um desempenho pontual, o Ceará
segue acompanhando o rumo da economia nacional, indicando, segundo o Ipece, uma
perspectiva de rebaixamento da expectativa do Produto Interno Bruto (PIB). O
cenário de estagnação pode ser notado, segundo Trompieri, quando é feita a
análise da evolução de abril para maio de 2019. Na variação mensal, o Estado
apresentou um leve crescimento, de 0,12%.
"Esse
resultado (de 4,75%) é por conta de uma base mais baixa de análise, causada
pela greve dos caminhoneiros, e o impacto da greve foi mais forte aqui no Ceará
do que no Brasil, porque ainda somos muito dependentes das fronteiras
terrestres. Isso afetou muito a produção no Estado", avaliou o economista
do Ipece.
Possível
solução
Trompieri
Neto ainda afirmou que a economia do Ceará está apresentando um comportamento
muito semelhante ao do resto do Brasil, respondendo às incertezas do mercado,
ainda preocupado com investimentos, e a redução da renda das famílias causadas
pela alta taxa de desemprego.
O
cenário só deverá mudar quando as reformas estruturais, que tratam da
atualização dos modelos da Previdência e do sistema tributário nacional,
avançarem no Congresso Nacional. Contudo, os efeitos só deverão ser sentidos a
partir do fim do terceiro ou quarto trimestre de 2020.
"No
Ceará, a gente está observando um ritmo muito parecido com o do Brasil, então a
expectativa positiva para a economia está sendo trazida pelas reformas. Mas esse
efeito da Previdência deve ser apresentado mais no fim do ano. Outra iniciativa
que ajuda é a reforma tributária, que já está em discussão", disse. (Diário do Nordeste)
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