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FOTO: JL Rosa |
A
decisão ainda inclui o pedido de busca e apreensão em endereços indicados pela
autoridade policial. "A prisão preventiva se faz necessária afim de
preservar higidez das provas a serem produzidas em juízo eis que da leitura das
peças depende-se que o representado venha utilizando sua influência para se
manter impune ao longo de vários anos do que se pode deduzir a possibilidade de
ele, o representado, em liberdade embaraçar investigação policial e instrução
criminal", diz o documento na decisão emitida pelo juiz Jose Cleber
Moura do Nacimento.
Com
o afastamento da prefeitura, após a repercussão das denúncias, o médico saiu de
Uruburetama e veio para Fortaleza.
O Ministério
Público do Estado do Ceará (MPCE) havia pedido a prisão preventiva do
médico na quarta-feira (17). A Promotoria de Justiça de Uruburetama
argumentou, no pedido de prisão divulgado na quinta-feira (18), que o médico
poderia comprometer as investigações por sua "influência no município e no
meio político".
Para
a Promotoria, Paiva poderia "coagir, constranger, ameaçar, corromper,
enfim, praticar atos tendentes a comprometer a investigação do Ministério
Público e da Polícia Civil".
O Sistema
Verdes Mares teve acesso a 63 vídeos feitos pelo próprio médico. Em
alguns, ele aparece com a boca nos seios das pacientes ou tentando penetrá-las
sob o pretexto de ser um procedimento médico para diminuir inflamações.
Profissionais
da Associação de Medicina Brasileira assistiram às imagens e avaliam que há
“claramente estupro das pacientes”.
As
primeiras denúncias contra José Hilson ocorreram em 1994, mas o caso foi
arquivado. As mulheres afirmaram que não denunciaram por medo ou porque
dependiam do prefeito para manter emprego ou ter acesso a serviços
públicos.
Em
2018, quatro mulheres voltaram a denunciar Hilson Paiva por abuso durante
atendimento ginecológico. O juiz arquivou o caso, e as mulheres foram obrigadas
a pedir desculpas ao então prefeito para evitar serem processadas por calúnia e
difamação. Apenas uma delas se recusou e manteve a denúncia.
Após
repercussão do caso em matéria veiculada pelo Fantástico no último domingo
(14), José Hilson foi afastado da prefeitura de Uruburetama, expulso do partido
PCdoB, ao qual era afiliado, e impedido de exercer a medicina por seis meses em
decisão do Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec).
Investigação
Pelo
menos duas vítimas já foram ouvidas na unidade da Polícia Civil de Uruburetama
até esta quinta-feira (18). Outras quatro mulheres estiveram na Delegacia de
Cruz, onde José Hilson trabalhou como médico da Prefeitura entre 1992 a 2012 e
manteve um consultório particular na cidade até 2018, onde também teria
cometido os crimes.
O
MPCE afirma ainda que já investigava o médico desde junho deste ano, pelos
mesmos vídeos obtidos pelo Sistema Verdes Mares. O órgão responsável pela
apuração é o Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc) e, até o momento, seis
vítimas e uma testemunha já foram ouvidas. (Diário do Nordeste)
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