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FOTO: Fábio Lima |
Em
entrevista ao Sistema Verdes Mares, a delegada titular da Delegacia Municipal
de Uruburetama, Rogéria Sousa, informou já haver um inquérito policial aberto
na cidade contra o médico pela suspeita de estupro a uma mulher, no início de
2018. Entretanto, conforme revela, a investigação está parada à espera de um
exame pericial marcado ainda para novembro deste ano, na Perícia Forense do
Ceará (Pefoce), em Fortaleza.
Ainda
segundo a delegada, ontem foi instaurado um novo inquérito mediante portaria
para analisar o material que está em posse do Ministério Público do Ceará
(MPCE), que contém 63 vídeos com as cenas dos supostos crimes sexuais
praticados pelo médico contra pacientes. O conteúdo foi obtido pelo Sistema
Verdes Mares e divulgado, com exclusividade, na noite do último domingo (14).
Depoimentos
Duas
das vítimas já foram ouvidas e outras duas notificadas para prestar depoimento.
“Tanto o inquérito aqui em Uruburetama como em Cruz já foram instaurados. Nós
vamos analisar as filmagens por completo, não só o que foi divulgado na mídia,
e vamos ouvir mais vítimas. Vamos ouvir as vítimas que já se disponibilizaram a
falar e poderemos encontrar outras mais”, afirma a delegada.
O
MPCE, por sua vez, emitiu nota convidando as vítimas e testemunhas dos supostos
crimes a comparecerem à Promotoria de Justiça de Uruburetama para prestarem
depoimento sobre o caso. O órgão disse, ainda, estar em curso com uma
investigação em desfavor do prefeito afastado e que algumas das vítimas
denunciantes do caso à Polícia já foram ouvidas pelos promotores de Justiça.
O
órgão não revela, no entanto, os próximos trâmites a serem tomados “pois as
investigações seguem em sigilo”. Também não esclarece quando essa investigação
foi aberta e nem o porquê de as vítimas estarem sendo convocadas somente agora,
mesmo havendo um inquérito em andamento desde o ano passado.
A
reportagem entrou em contato com a Pefoce no fim da tarde de ontem para
esclarecer o motivo da demora no exame pericial a ser realizado em uma das
supostas vítimas do médico e prefeito afastado de Uruburetama, mas não obteve a
informação até o fechamento desta edição.
A
defesa de José Hilson de Paiva, representada pelo advogado Leandro Vasques,
afirmou que “mesmo que numa análise panorâmica e ainda superficial, até porque
ainda necessitamos de acesso aos autos investigativos, ouso arriscar que, se
operou aquilo que a legislação denomina de decadência do direito de
representação, talvez tais fatos estejam, pois, extintos em sua punibilidade
com relação às vítimas, que não apresentaram representação de forma tempestiva,
ou seja, no prazo decadencial de seis meses, previsto no art. 103 do Código
Penal Brasileiro (CPB)”. (Diário do
Nordeste)
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