Açude Castanhão com volume de água abaixo da média.
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Camila de Almeida
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Das
oito macrorregiões divididas pela Fundação, sete tem chuvas abaixo do
normal para este mês. Somente o Litoral Norte registrou precipitação acima da
média: o normal esperado para o período na região é 1.4 mm, até o momento,
foram acumulados 3.8 mm - um desvio positivo de 161.9%. Em contrapartida, após
20 dias em novembro, não choveu no Maciço de Baturité nem no Sertão
Central e Inhamuns; as macrorregiões tem normal esperado de 5 mm para o
mês.
"Está
tudo incerto, a chuva tem chegado às vezes antes, às vezes depois do
esperado", comenta Flávio Viriato de Saboya Neto, presidente
da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec). O
cenário diferente, entretanto, não chega a preocupar os agricultores, para quem
as precipitações se tornam um pauta daqui alguns meses. "As chamadas
chuvas do caju, que acontecem no litoral nessa época, e algumas chuvas no
Cariri são até esperadas para agora, mas o cenário começa a se definir entre o
fim de dezembro e já em janeiro".
Chuvas
de pré-estação
As
precipitações de dezembro e janeiro no Estado são causadas por frentes frias
que vem do Sul, o que afeta a atmosfera e forma o que meteorologistas chamam de
vórtice ciclônico, uma movimentação circular dos ventos na alta atmosfera que
pode provocar chuvas.
Para
a pré-estação 2019-2020, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
(CPTEC/Inpe) prevê chuvas abaixo da média. Já o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet) aponta precipitações dentro da normalidade. A Funceme, por
sua vez, não apresenta prognóstico para os meses.
Como
as frentes frias normalmente vêm do Sul, elas podem ser acompanhadas por
imagens de satélite e é possível saber se atingirão determinados locais do
Estado com alguns dias de antecedência. Entretanto, os fatores que causam as
frentes frias são imprecisos e, "desta forma, é impossível prever com
meses de antecedência como serão essas frentes, quanto tempo durarão, e qual o
volume de chuvas trazido por elas", explica a Funceme em sua cartilha
sobre previsão meteorológica para a estação chuvosa no Ceará.
Assim,
a previsibilidade é mais baixa do que para o período entre fevereiro e maio.
Por essa razão, as previsões de chuvas na pré-estação é de três dias e não de
todo o bimestre.
Reservatórios
Dos
155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh),
85 estão abaixo dos 30%, 25 estão no volume morto e outros 13 são considerados
secos. Apenas dois (Germinal e Jenipapo) possuem volume superior a 90%. As
informações são da resenha dessa segunda-feira, 18. O Castanhão, maior açude do
Estado, está com apenas 3,44% do seu volume máximo. (O Povo)
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