![]() |
Viaturas paradas em frente ao 18º Batalhão |
No Antônio Bezerra, O Povo constatou haver cerca de 60 viaturas paradas, além de cerca de 15 veículos entre base móvel e motos.
A circulação dos ônibus e o movimentos nos terminais é normal nesta manhã.
Segundo o deputado estadual Soldado Noélio (Pros), o movimento não irá parar em função do anúncio de corte de salário. "Todo movimento desse tipo, de trabalhadores, acontece esse tipo de ameaça. Trabalhadores estão aqui e pretendem permanecer", disse.
Noelio disse que houve tentativa de negociação com o governo. O deputado informou que ligou para o líder do governo Camilo Santana (PT), Júlio César Filho (Pros), pedindo negociação e se dispondo a ajudar no que for possível para um entendimento.
Ele disse ainda que as entidades tentaram mediar para não chegar à paralisação, mas a própria categoria não aceitou. "Os policiais não queriam estar fazendo isso. A categoria não aguenta. É a resposta dos policiais e bombeiros militares. Espero que o governo tenha humildade." Noelio espera uma resposta "o mais rápido possível."
Ele afirma que a paralisação adquiriu dimensão muito grande em comparação com o movimento de 2011/2012. Segundo ele, para chegar ao atual nível de adesão, naquela época demorou dois ou três dias. Ele ressalta que os profissionais que protestam "ajudaram a reduzir violência em nosso Estado em mais de 50%."
Entenda a situação
Diante de uma crise salarial, policiais militares, bombeiros e esposas se articulam visando promover um reajuste salarial que atenda as demandas da categoria. Após a primeira proposta de pacote divulgada na última sexta-feira, 31 de janeiro, as associações protestaram em frente a Assembleia Legislativa (ALCE). No mesmo dia, parlamentares considerados como representantes dos agentes de segurança foram recebidos pelo governador Camilo Santana (PT), no Palácio da Abolição.
A desembargadora Francisca Adelineide Viana suspendeu, no último dia 5, decisão que proibia a prisão de policiais e bombeiros militares do Estado. A ação era da Associação das Praças do Estado do Ceará (ACSMCE) e a decisão direcionada ao Comandante-Geral da Polícia Militar do Estado do Ceará e comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará, além do Controlador Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública.
Em nova reunião, que aconteceu na quinta-feira, 13, o acordo prevê o pagamento de R$ 346 milhões em reajuste salarial a policiais militares e bombeiros. Outros R$ 149 milhões oriundos de gratificações, como horas extras e recompensas, serão incorporados ao salário, totalizando gastos de R$ 495 milhões. Esse valor será pago em três parcelas; em março de 2020 (40%), março de 2021 (30%) e março de 2022 (30%). Agora, o salário final do soldado ficará de R$ 4.500 ao final de 2022, um acréscimo de quase R$ 300 acima do sugerido pela proposta inicial.
Na tarde de ontem, 17, o Ministério Público do Ceará (MPCE) entrou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra associações de segurança pública em virtude da possibilidade de paralisação dos serviços. Foram notificadas pelo Ministério: Associação dos Profissionais de Segurança Pública (APS), Associação dos Praças do Estado do Ceará (Aspra), Associação dos Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiro Militar do Estado do Ceará (Assof), Associação de Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece) e Associação Beneficente dos Subtenentes e Sargentos (ABSS).
Durante reunião na Assembléia Legislativa nesta terça-feira, 18, o Governo afirmou que "vai honrar o que foi combinado" sobre a tramitação da nova proposta salarial. Segundo o líder do governo na AL-CE, Júlio Cesar Filho, o projeto de reajuste salarial será mantido e, se não tiver pedido de vistas, poderá ser votado já na quinta-feira, 27, após o carnaval. (O Povo)
Postar um comentário