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FOTO: Barbara Moira |
Mesmo o Ceará sendo destaque no cultivo da fruta, a queda na produção tem forçado o Estado a adquirir banana de Pernambuco, como forma de suprir a demanda local. A oferta menor, inclusive, já traz impactos ao consumidor, que vê a fruta cada vez mais cara nas gôndolas de supermercados de Fortaleza.
Em pesquisa direta no comércio, a reportagem apurou que o quilo (kg) da banana prata já chega a custar R$ 5,99 em estabelecimentos da Capital, como o Extra localizado na avenida Aguanambi. Em outros locais, como o Pinheiro Supermercado da av. Monsenhor Tabosa (R$ 5,59) e GBarbosa da Rua Ildefonso Albano (R$ 5,19), a fruta também supera a marca de R$ 5, ficando abaixo deste patamar, dentre os locais pesquisados, apenas no Cometa da Av. Antônio Sales, onde o produto sai por R$ 4,78.
Para se ter ideia da evolução do preço, levantamento da reportagem mostra que o kg médio da fruta ficou 20% mais caro na Ceasa de Maracanaú, o que reflete na precificação nos supermercados. Em novembro do ano passado, o valor do kg das bananas pacovan e prata estava, em média, a R$ 1,50. No boletim de ontem, o preço médio dos produtos estava a R$ 1,80.
A falta de pulverização adequada torna o Ceará menos atrativo aos demais produtores brasileiros, conforme ressalta Luiz Roberto Barcelos, sócio-diretor da Agrícola Famosa e presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas (Abrafrutas). "Regiões como o Cariri têm grande potencial para o cultivo da banana e da cana-de-açúcar, que também utiliza a pulverização aérea. Com essa restrição, porém, há perda de competitividade", diz.
Barcelos explica que a pulverização convencional é ineficaz porque não atinge corretamente a parte de cima da folha de bananeira, deixando os bananais mais expostos a doenças como a sigatoka amarela, causada por fungos. "Nesta época de chuvas, a situação fica ainda pior", destaca. Em caso de contaminação das plantações, as perdas de produção variam de 50% a 100%.
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya não poupa críticas à proibição da pulverização aérea no Ceará, afirmando que a lei estadual é um "retrocesso ao desenvolvimento econômico local". Segundo ele, a medida tem impactado fortemente na produção da fruta. "Somos o único estado do País com essa restrição, e o resultado é que nossos bananais, inclusive aqueles voltados para exportação, estão com pragas e doenças em decorrência da falta de pulverização adequada".
Saboya pondera, ainda, que respeita a boa intenção da lei estadual que proibiu a pulverização aérea, mas que, na prática, os resultados não são animadores. "Na questão da produtividade, o drone poderia ser uma alternativa, mas também não é permitido. Outro detalhe é que os proprietários de bananais, na tentativa de minimizar pragas e doenças, estão utilizando funcionários com pulverizador costal, o que deixa o trabalhador rural mais suscetível à contaminação". (Jornal O Povo)
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