FOTO: Gerard Julien/AFP
A exposição direta de profissionais da saúde ao novo coronavírus fez com que um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) propusesse o uso profilático de hidroxicloroquina associada ao zinco a este grupo. A ideia é o uso profilático por aqueles profissionais que estão assintomáticos e diretamente envolvidos no tratamento de casos suspeitos ou confirmados da Covid-19 no Estado. 

Ainda no dia 30 de março deste ano, três médicos enviaram a proposta para direções de hospitais de Fortaleza. Nessa terça-feira (7), a ideia já contava com assinatura de 12 pesquisadores e professores da UFC. 

O Ceará permanece sendo o terceiro estado com mais casos de confirmações do novo coronavírus do Brasil: 1.188 casos e 40 mortes até o último balanço oficial. 

Nos últimos dias, a proposta para o uso em profissionais da saúde foi submetida ao apoio financeiro da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap) e para aprovação no Conselho Nacional de Ética. A expectativa do médico infectologista, professor da UFC e chefe do Departamento de Medicina Clínica da Faculdade de Medicina da UFC, Anastácio Queiroz, é que a resposta pela autorização ou não aconteça a qualquer momento. 

Na tarde dessa terça-feira (7), durante coletiva de imprensa, o ministro da saúde do Brasil, Luiz Henrique Mandetta, chegou a criticar a UFC por incentivar o uso da substância como profilaxia. No Ceará, o medicamento já é utilizado no tratamento de pacientes internados com o diagnóstico da doença. 

Expectativa 
Ainda nessa terça-feira (7), o titular da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, o Dr. Cabeto, divulgou que 150 profissionais ligados à Sesa foram afastados das suas atividades por problemas respiratórios. Dr. Cabeto falou que o contágio destes profissionais é uma grande preocupação para o governo. 

De acordo com Anastácio Queiroz, se aprovado o uso, os medicamentos serão disponibilizados de forma gratuita aos profissionais de saúde. O médico destaca que é preciso o profissional estar sadio para receber a medicação. Aqueles que aceitarem participar do estudo serão submetidos a uma avaliação e, quando estiverem utilizando a hidroxicloroquina, devem manter contato com os pesquisadores. 

"O ganho é para as pessoas, é para elas não adoecerem. Em todos os países por onde a doença tem passado ela tem sido responsável por muito sofrimento de profissionais da saúde, até mesmo muitos óbitos. Se nós conseguirmos prevenir e atenuar será um benefício grande para todos", afirmou o pesquisador.                          (G1 CE)

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