A ideia do governador Camilo Santana (PT) da manter a aliança entre PDT e PT no Ceará nas eleições de 2022 encontra resistência até mesmo entre correligionários.

Nessa sexta-feira (20), durante a chegada do ex-presidente Lula (PT) ao Estado, onde ele deve tratar também da disputa eleitoral do próximo ano, a deputada federal Luizianne Lins (PT) defendeu que o partido tenha candidato ao Governo do Estado e sinalizou até mesmo que ela e o também deputado federal José Airton Cirilo (PT) podem colocar seus nomes à disposição. 

Uma ala do PT cearense sustenta uma postura mais inflexível da sigla. Para a ex-prefeita de Fortaleza, o partido deve formar uma chapa pura para disputar o Palácio da Abolição. A exceção, segundo ela, seria formar aliança com partidos que apoiem declaradamente a candidatura de Lula à Presidência. 

"O palanque do Lula tem que ser obrigatoriamente garantido no Ceará, e vou até as últimas instâncias para, dentro do partido, fazer esse debate", disse Luizianne. A petista ainda afirmou que pretende usar a influência que tem no diretório nacional para garantir esse desenho em 2022.

“Eu e José Airton nos colocamos como candidatos a governadores, então, ou saímos como candidatos numa composição de chapa, ou apoiamos um candidato de uma coalizão pró-Lula”, disse Luizianne Lins.

Mais cauteloso, José Airton disse que pretende ter uma conversa reservada com o ex-presidente. "Particularmente, vou ter uma conversa com ele e vamos refletir sobre o melhor cenário para a sucessão no Ceará, de modo a construir um palanque forte e leal para o presidente”, disse. 

PDT DE CIRO
Petista mais próximo aos ex-governadores Cid e Ciro Gomes (PDT), a ideia inicial de Camilo Santana era articular uma chapa para a disputa à Presidência em 2022 com Ciro e Lula. O atual governador, aliás, promoveu um encontro entre os dois políticos, no ano passado, para restabelecer o diálogo entre os dois. 

No entanto, rapidamente, a relação entre Lula e Ciro voltou a estremecer com ataques do ex-governador do Ceará ao ex-presidente. Ambos são cotados como eventuais candidatos ao Palácio do Planalto no próximo ano. 

Como alternativa, Camilo tende a promover, ainda que indiretamente, as duas chapas. Em 2018, ele evitou fazer campanha declaradamente no primeiro turno e defendeu a candidatura de Fernando Haddad (PT) na segunda etapa da disputa.

No entanto, segundo petistas e pedetistas, a definição dessa aliança é fundamental para traçar apoio também na disputa pelo Governo do Ceará.

Fonte: Diário do Nordeste

Post a Comment