Estabelecimentos não precisam mais executar o protocolo durante a recepção de clientes. Foto: Helene Santos

A aferição da temperatura de clientes na entrada de bares e restaurantes do Ceará como medida sanitária contra a Covid deixou de ser obrigatória a partir deste sábado (28 de agosto), segundo a Abrasel-CE, que representa o segmento nos 184 municípios. A associação informou que recebeu um comunicado da Vigilância Sanitária do Estado nessa sexta-feira (27) confirmando a extinção deste protocolo.

Segundo o presidente da Abrasel-CE, Taiene Righetto, o pedido para o fim da exigência foi feito pessoalmente ao governador Camilo Santana na última quarta-feira (25). O Chefe do Executivo, inclusive, chegou a publicar nas redes sociais foto do encontro, que tratou da "retomada da economia cearense e o apoio do Estado ao setor". 

"A Sesa (Secretaria da Saúde) mandou um comunicado respondendo as nossas indagações, e confirmou que realmente não é mais necessário [a verificação de temperatura] no setor de alimentação fora do lar. A reunião foi na quarta, e na quinta-feira o governo acionou a Sesa, que respondeu ontem e acelerou com isso", afirmou Righetto.

Durante a formalização do pedido, a entidade argumentou que o uso do dispositivo para detectar se o cliente está com febre gera custos adicionais aos estabelecimentos. Isso porque, na prática, bares e restaurantes deixam um único colaborador durante todo o expediente executando esta única atividade, enquanto outros protocolos "mais eficientes" poderiam estar sendo verificados.

"A gente questionou a efetividade dessa aferição por entender que não é algo que vai barrar a entrada de uma pessoa contaminada. Outras regras ainda existentes já contribuem para isso, e o colaborador poderia ficar analisando o uso de máscara e vigiando a quantidade de pessoas na mesa", cita. 

O Diário do Nordeste solicitou nota sobre a flexibilização dos protocolos sanitários à Pasta, que disse estar apurando a demanda enviada pela reportagem.  

SUSPENSÃO
No último dia 19 de julho, o Ministério Público do Ceará (MPCE) também questionou a eficácia do protocolo de temperatura e considerou não haver motivos para a continuidade nos bares e restaurantes. Nesse cenário, o órgão recomendou à Sesa a suspensão da medida.

"O Ministério Público expediu a referida recomendação considerando que, no momento, não há motivos para manter tal obrigatoriedade, sem prejuízo do restabelecimento da medida, caso haja fundamento sanitário, devidamente justificado pela Administração Pública", justificou o MPCE.

Em nota enviada à época, a Sesa alegou apenas que "a aferição de temperatura segue o decreto estadual", que obriga o setor a implementar o protocolo desde a reabertura das atividades econômicas, ainda em junho de 2020.

Fonte: Diário do Nordeste

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