30/04/2022

Um novo estudo publicado na revista médica Current Alzheimer Research, voltada para pesquisas sobre Alzheimer, afirma que a doença pode ser causada pela exposição a pulsos eletromagnéticos, como os emitidos pelo celular.

Segundo o autor, o Dr. Martin L. Pall, da Universidade de Washington State, os campos eletromagnéticos aos quais estamos expostos diariamente podem agravar (ou até desencadear) o acúmulo de cálcio no cérebro. O excesso de cálcio nos neurônios é uma das hipóteses mais comumente aceitas na medicina sobre a origem do Alzheimer.

A teoria é de que as emissões dos campos eletromagnéticos são capazes de ativar uma estrutura celular conhecida como VGCC (sigla em inglês para canais de cálcio regulados por voltagem), aumentando a concentração desse elemento.

De acordo com o Pall, isso pode antecipar o Alzheimer em até 25 anos. "Pessoas muito jovens expostas a smartphones e radiação de wi-fi por muitas horas ao longo do dia podem desenvolver demência digital", afirma.

O impacto em ratos
As descobertas da pesquisa estão alinhadas com estudos anteriores, que indicam que a idade em que os pacientes descobrem a doença está ficando cada vez mais antecipada, o que corresponde também à crescente popularização de meios de comunicação sem fio.

Testes anteriores, realizados com ratos, também corroboram a tese. Em 2008, pesquisadores observaram que a exposição a campos eletromagnéticos de torres de celulares levavam à rápida degeneração e morte de células cerebrais. Ratos jovens chegaram a perder 34% da capacidade cerebral em um teste de quatro semanas.

Em outro estudo, de 2013 a 2016, ratos de 10 meses de idade (o equivalente a adultos de 21 anos) já mostravam sinais de Alzheimer após serem afetados uma vez por dia por pulsos eletromagnéticos.

Coleta de novas evidências
Embora a pesquisa de Pall apresente 18 evidências distintas, ele sugere que novos estudos ainda precisam ser realizados para confirmar o perigo representado por smartphones e outros emissores de pulsos eletromagnéticos.

Entre eles, pesquisas com marcadores cerebrais de pacientes com Alzheimer e ressonância magnética em pessoas jovens com sinais de demência digital; análise da exposição a campos eletromagnéticos em pessoas entre 30 e 40 anos diagnosticadas com Alzheimer precoce; e exames em busca de sinais precoces da doença em pessoas vivendo próximas a antenas de transmissão por mais de um ano.

Com informações do EurekAlert!, da Associação Americana para o Avanço da Ciência e Portal UOL

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