Doença pulmonar afeta mais crianças e idosos, mas prevenção cabe a todas as faixas etárias. Foto: Shutterstock

Mais de 27 mil cearenses já perderam a vida por causas respiratórias, de janeiro a junho deste ano. A Covid ainda responde por parte dessa perda, mas é outra doença que se sobressai: a pneumonia, cujo número de vítimas em 2022 já é o maior desde 2019.

Só nos últimos 6 meses, 5.280 mortes por pneumonia foram registradas no Ceará, de acordo com dados da Central de Informações do Registro Civil (CRC). É o triplo dos óbitos causados pelo coronavírus, que totalizam 1.627 registros no período.

Se comparado a 2021, este ano já teve quase 2 mil vidas cearenses perdidas a mais para a pneumonia. Ao lado da septicemia, conhecida como infecção generalizada, a pneumonia foi a doença por causa respiratória que mais matou no Estado.

O médico pneumologista Ricardo Coelho Reis, presidente da Sociedade Cearense de Pneumologia e Tisiologia (SCPT), explica que a maior incidência de pneumonia entre os cearenses tem a ver com o avanço das infecções virais – que podem causar a doença ou fragilizar os pulmões.

Além da Covid, houve uma incidência maior de infecções virais por outros agentes, que têm a mesma capacidade de causar pneumonia ou fragilizar o organismo para outros germes causarem.
RICARDO COELHO REIS
Médico pneumologista

Ricardo pontua ainda que, embora o número de pessoas com sequelas pulmonares pelo coronavírus seja pequeno, “o período pós Covid aguda é o mais crítico, fragiliza a saúde e aumenta o risco de ter pneumonia”.

RELAXAMENTO DE MEDIDAS EXPÕE POPULAÇÃO
Crianças e idosos, os chamados “extremos de idade”, são as faixas etárias mais suscetíveis à pneumonia. Os pequenos “porque o sistema imunológico é imaturo”, explica Ricardo; os mais velhos, “porque a defesa é mais debilitada e têm mais comorbidades”. 

Entre os idosos, aliás, a pneumonia é uma causa importante de internações e óbitos, como pontua o médico. Dados do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) mostram que só de janeiro a abril deste ano, 3.852 idosos foram hospitalizados pela doença.

O relaxamento das medidas de proteção contra doenças respiratórias, com redução do uso de máscaras e do distanciamento social, também contribuem para a alta de casos e mortes pela doença neste ano, como avalia o pneumologista.

“Houve encontro de organismos de gente mais suscetível a essas infecções, que tinha passado 2 ou 3 anos mais protegida, com outras pessoas. Essa combinação de fatores muito provavelmente foi responsável pela alta da incidência de pneumonia”, destaca Ricardo.

COMO PREVENIR A PNEUMONIA?
O presidente da SCPT frisa que a vacinação contra o pneumococo é uma das principais medidas preventivas contra a pneumonia, mas lista outros cuidados que são importantes para evitar a doença:

Vacinas contra gripe e Covid;
Controle de doenças preexistentes, como hipertensão e diabetes;
Boa hidratação;
Sono de qualidade;
Evitar o tabagismo;
Manter um ambiente saudável.

"As vacinas que são uma potente e importante arma de prevenção contra a pneumonia. O aumento da sobrevida dos brasileiros, ao longo dos anos, teve tudo a ver com a vacinação", analisa o médico.

SINTOMAS DA PNEUMONIA
febre alta;
tosse;
dor no tórax;
alterações da pressão arterial;
confusão mental;
mal-estar generalizado;
falta de ar;
secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada;
toxemia (danos provocados pelas toxinas carregadas pelo sangue);
prostração (fraqueza).

TRATAMENTO PARA PNEUMONIA
O Ministério da Saúde informa que “o tratamento das pneumonias requer o uso de antibióticos, e a melhora costuma ocorrer em 3 ou 4 dias”. É indispensável buscar atendimento médico.

A internação hospitalar pode ser necessária quando a pessoa é idosa, tem febre alta ou outras alterações importantes.

Fonte: Diário do Nordeste

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