23/07/2022

O número de mulheres que chefiam famílias cresceu quase 70% no Ceará. Em 2012, a quantidade de mulheres nessa condição era de 900 mil e saltou para um milhão e meio em 2022, de acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A dona de casa Aparecida Santana é uma dessas mulheres que passaram a se tornar as únicas responsáveis pelo comando e sustento da família. Ela teve que encontrar diversas maneiras para conseguir cuidar dos quatro filhos na casa que mora em Fortaleza.

"Eu vivo com esses R$ 400, vivo de doações, faço um bico aqui outro acolá, ganho R$ 20, ganho R$ 30 e trago tudo para casa", afirma.

Para Maria da Conceição, coordenadora do Núcleo de Gênero e Diversidades do Instituto Federal do Ceará (IFCE), esse acréscimo de mulheres chefiando famílias está atrelado ao agravamento da crise econômica, ao desemprego e também à pandemia de Covid-19.

"Esses são elementos conjunturais. Você tem uma crise capitalista a partir de 2008 que aumenta o desemprego, e por último tivemos os dois anos de pandemia. Essa conjuntura sobretudo aumenta o desemprego para os homens e aí você vai ter um maior número de mulheres chefiando", explica.

Após se separar do marido, a comerciante Selma Pinheiro, que é mãe de três filhos, decidiu abrir uma lanchonete por meio da qual retira o sustenta a família.

"Hoje tenho meu ponto de trabalho, recebo Bolsa Família, disso tudo eu tiro o sustento e também o aprendizado, ainda mais que perdi minha mãe recentemente, que era a única que me ajudava", revela.

Fonte: g1 CE

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