Roberto Cláudio com o presidente do PSD, Domingos Filho, e o presidente do PDT, André Figueiredo. Foto: Luana Barros

O diretório do PDT oficializa, neste domingo (24 de julho de 2022), a candidatura do ex-prefeito Roberto Cláudio ao Governo do Estado. O evento para homologação do nome do candidato ocorre em convenção partidária, realizada no Colégio Farias Brito Central.

Roberto Cláudio chegou ao evento ao lado do candidato a presidente pelo PDT, Ciro Gomes, do presidente do PSD Ceará, Domingos Filho, e do presidente do PSB Ceará, Denis Bezerra. Também estão com ele no palanque o prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), o vice-prefeito Élcio Batista (PSB), o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Antônio Henrique (PDT), e outras lideranças políticas.

Durante discurso, o presidente estadual do PDT, André Figueiredo, anunciou Domingos Filho como o candidato a vice na chapa.

O PDT ainda aguarda acerto com o ex-governador Camilo Santana (PT) para vaga ao Senado. Figueiredo disse ainda que quer que o candidato a senador seja alguém "para lutar contra o retrocesso", mas não citou Camilo em seu discurso.

O presidente do PDT nacional, Carlos Lupi, disse que depende de Camilo a aliança pelo Senado. "Ele é o nosso candidato ao Senado, só depende dele, se ele não quiser o nosso voto, não podemos fazer nada. (...) Vou trabalhar até a última hora com essa vontade, com essa decisão de ter Camilo (candidato a) senador na chapa de Roberto Cláudio", afirmou Lupi ao chegar ao evento.

Estão presentes os deputados federais Eduardo Bismarck, Mauro Filho, Idilvan Alencar, Leônidas Cristino e Pedro Augusto Bezerra; e os estaduais Bruno Pedrosa, Oriel Nunes, Guilherme Landim e Sérgio Aguiar.

DEFINIÇÃO NO PDT
O ex-gestor da Capital foi escolhido para representar o PDT na última segunda-feira (18), por maioria dos votos do diretório estadual em detrimento do nome da governadora Izolda Cela - então pré-candidata da legenda.

A decisão em favor de Roberto culminou em um racha no grupo governista, que pôs fim à aliança longeva de 16 anos com o PT no Ceará. Petistas e o ex-governador Camilo Santana (PT) defendiam o direito de Izolda disputar à reeleição, assim como outros aliados.

Agora, Camilo articula junto a outras lideranças que antes compunham o grupo governista, como MDB, PP, PV e PC do B, uma candidatura própria do PT à sucessão Estadual.

Em paralelo, lideranças do PDT ainda tentam reverter a situação e continuar o acordo político com o PT no Governo do Ceará e cobram um posicionamento da governadora Izolda favorável ao grupo. A possibilidade do remendo do enlace ainda no primeiro turno fica cada vez mais remota à medida que os diálogos vão sendo intensificados pelo ex-mandatário.

RACHA
Na última sexta-feira (22), inclusive, Roberto Cláudio disse “ter sido pego de surpresa” pelo apoio do ex-governador à Izolda na pré-campanha. A afirmação foi dita em entrevista ao colunista do Diário do Nordeste Inácio Aguiar – que, mais tarde, no mesmo dia, trouxe declarações do prefeito de Sobral, Ivo Gomes (PDT), sobre o fim da aliança.

Irmão mais novo do clã Ferreira Gomes, Ivo atribuiu ao irmão Ciro Gomes, candidato à Presidência da República pelo PDT, e a Roberto Cláudio os “danos” causados à ampla aliança governista no Ceará.

Antes disso, inclusive, Ivo já tinha dito que o irmão Cid Gomes (PDT) preferia Izolda a Roberto. A declaração foi concedida nas vésperas da votação do diretório, quando saiu em defesa da mandatária em meio ao acirramento da crise interna e externa no grupo governista.

Roberto, por sua vez, contava com apoio de da maioria dos vereadores de Fortaleza e de parte da cúpula do PDT, como Ciro e o presidente nacional da agremiação, Carlos Lupi, além do PSB e PSD - este último já havia declarado que apoiaria o candidato que fosse escolhido.

TRAJETÓRIA POLÍTICA
Nascido em Fortaleza em Fortaleza em 15 de agosto de 1975, Roberto Cláudio é médico e ingressou na política em 2006, quando disputou pela primeira vez o cargo de deputado estadual com apoio do grupo dos irmãos Ferreira Gomes. Na Assembleia, foi reeleito e chegou a presidir o Parlamento Estadual durante seu segundo mandato, no Governo de Cid Gomes.

Em 2012, foi escolhido como o representante do seu grupo para disputar a Prefeitura de Fortaleza, colocando um fim no casamento de seis anos entre Ferreira Gomes e PT na Capital. 

Na época, Luizianne Lins (PT) tentava emplacar Elmano Freitas (PT) como seu sucessor. Todavia, os irmãos Cid e Ciro Gomes, então aliados de Luizianne, apresentaram o nome de Roberto ao pleito – rompendo a aliança.

Roberto, por sua vez, foi eleito prefeito de Fortaleza e reeleito em 2016, dessa vez com apoio do então governador Camilo Santana, dando continuidade à boa vizinhança entre Estado e Prefeitura de Fortaleza. Apesar da boa relação com Camilo, ele tem acompanhado os irmãos Ferreira Gomes pelas últimas legendas que eles passaram. Mesmo iniciando a carreira política no PHS, Roberto migrou para o PSB, Pros e PDT junto com Cid e Ciro. 

Em 2020, o então gestor da Capital conseguiu emplacar seu sucessor na Prefeitura de Fortaleza, o atual prefeito José Sarto (PDT). Agora, Roberto deve disputar o comando do Executivo estadual.

Fonte: Diário do Nordeste

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