As chuvas registradas neste início de mês já representam 75% de todo volume esperado para agosto em Fortaleza. Foto: Fabiane de Paula

Foram necessárias apenas duas semanas para o mês de agosto deste ano quebrar um importante recorde. Em apenas 13 dias, o volume acumulado de chuva já é superior ao observado ao longo de todos os meses de agosto dos últimos 13 anos.

Conforme levantamento realizado pelo Diário do Nordeste, com base em dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), até este sábado (13), a pluviometria acumulada já é de 16,2 milímetros, o que representa 232,4% acima da média histórica (4,9 mm).

Estes números são parciais e tendem a sofrer alteração ao longo do mês. Com novos volumes pluviométricos, este média é atualizada para cima. Em um cenário hipotético mais pessimista, em que as chuvas declinem ao longo deste mês, essa média tende a sofrer atualização para baixo.

Agosto do ano de 2009 foi o mais chuvoso da sequência histórica, com acumulado de 16,4 mm.

A gerente de meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto, ressalta que avaliações das precipitações ainda são prematuras por se basearem "em dados parciais e preliminares". No entanto, a especialista reconhece a importância dos bons índices e aponta que "uma boa distribuição espacial das chuvas no estado sempre é bem vinda".

"A qualidade da estação chuvosa é que proporciona o aporte hídrico nos açudes e a produção da agricultura de sequeiro, nesse último setor, especialmente, se as precipitações são bem distribuídas também no tempo", detalha Sakamoto.

BOA SEQUÊNCIA
Com agosto rompendo a média pluviométrica, o Ceará amplia o leque de meses que atingiram a normal climatológica. Em oito meses (janeiro-agosto), apenas o fevereiro fechou com chuvas abaixo da média.

Outros seis meses - já incluindo agosto - ficaram com chuvas além da média histórica e apenas um, o mês de abril, terminou com precipitações em torno da média.

Agosto é, até o momento, o mês que apresenta a maior variação positiva (264,4%) quando comparado à média pluviométrica. Até então, a liderança era do mês de junho (104.1%). Neste ano, março foi o que obteve o maior volume absoluto, com 265.5 milímetros acumulados em média.

Janeiro: 163.7 mm (65.9% acima da média)
Fevereiro: 64.5 mm (45.6% abaixo da média)
Março: 265.5 mm (30.5% acima da média)
Abril: 182.4 mm (em torno da média)
Maio: 108.8 mm (20.2% acima da média)
Junho: 76.5 mm (104.1% acima da média)
Julho: 26.1 mm (69.7% acima da média)
Agosto (até o dia 12): 16,2 mm (232,4% acima da média)

Com a soma desses volumes mensais, o ano de 2022 - mesmo ainda faltando 4 meses para o final - já superou a média histórica anual em 12,5%. Até agora, a Funceme já contabiliza o acumulado médio de 900,7 milímetros, superior à normal climatológica que é de 800,6 mm.

Este já é o segundo melhor volume dos últimos dez anos, atrás apenas de 2020, cujo ano fechou com 958,6 mm acumulados, uma anomalia positiva de 19,7% ante à média pluviométrica.

Fonte: Diário do Nordeste

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