Leo Lins foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar R$ 44 mil de indenização por danos morais à mãe de um garoto autista. O humorista ainda responde por agressão verbal por responder ofensivamente à mulher nas redes sociais e, caso seja condenado, pode cumprir até três anos de prisão.

No episódio que motivou o processo, Adriana Cristina da Costa Gonzaga enviou uma mensagem ao comediante após ver um vídeo dele com a então namorada Aline Mineiro. Na gravação, a modelo declara: "como em todas as festas, ele não fala nada, é um pouco autista". A fala foi criticada em diversas páginas da comunidade autista.

A autora da ação, mãe de um menino diagnosticado com o transtorno de desenvolvimento que na época tinha dois anos, aconselhou Lins a pedir para a companheira se retratar, uma vez que autismo não deveria ser usado como adjetivo. Em resposta, ele aconselhou Adriana "mandar vocês enfiarem uma rola gigantesca no c*. Um p*u bem veiudo, mais vascularizado que seu cérebro (...)".

O humorista assumiu a autoria da mensagem, mas defendeu que o conteúdo foi destinado a apenas uma pessoa e não a comunidade autista. No entanto, a juíza Marcela Filus Coelho disse que o episódio não se trata de um caso isolado na vida do artista.

"No caso, o réu ofendeu a autora e demonstrou desprezo por uma parte da sociedade, revelando [sem nenhuma justificativa] ser contra quem enfrenta algum tipo de enfermidade. Mais do que isso: com o seu comportamento, instiga outras pessoas a agirem da mesma maneira", diz o documento obtido pelo jornal O Globo. 

"Uma rápida uma busca na internet revela que ele é dado a agir contra quem é portador de enfermidades ou dificuldades", acrescenta juíza na sentença.

DEMISSÃO POR FALA POLÊMICA
Leo Lins foi desligado do SBT, em junho deste ano, após uma fala sobre o Teleton e uma criança com hidrocefalia. Durante um show, ele disse que assistiu a um vídeo com um menino no interior do Ceará com a condição, e insinuou que a família dele o estaria usando para obter acesso a recursos hídricos. 

Na época, a Associação de Assistência à Criança com Deficiência (AACD) divulgou uma nota de repúdio contra o comediante. "Esse tipo de 'piada' 'e de extremo mau gosto, capacitista e incabível na sociedade em que vivemos hoje, pois vai na contramão de um mundo mais inclusivo pelo qual lutamos todos os dias", dizia o comunicado.

Fonte: Diário do Nordeste

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