Foto: Fabiane de Paula

08/08/2022

Enquanto a maioria do Ceará vive um 2022 atípico para a alta incidência de arboviroses, sete municípios, entre eles, Altaneira, na região do Cariri, não registraram nenhum caso confirmado de dengue ou chikungunya, de acordo com o último boletim epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), divulgado no fim de julho.

Ao todo, já são 47 mil casos confirmados: 20,7 mil de dengue; 26,3 mil de chikungunya e 34 de zika vírus. Porém, até o mesmo período, ainda faltavam mais de 30 mil exames para análise.

Até o mês passado, a região de saúde de Fortaleza apresentava maior número de casos notificados e confirmados de dengue, enquanto a região do Cariri possuía o maior número de casos notificados e confirmados de chikungunya. 

Mesmo com a transmissão simultânea dos arbovírus, as cidades sem nenhum caso das doenças neste ano são:

Altaneira (localizado na região do Cariri)
Deputado Irapuan Pinheiro
Graça
Hidrolândia
Ipaporanga
Irauçuba
Umirim

Potiretama também aparecia na lista, mas nesta semana foi confirmado um caso de dengue, conforme repasse da Secretaria Municipal de Saúde ao Diário do Nordeste. São Luís do Curu, Frecheirinha e Mucambo também constavam como zeradas, mas já registraram casos neste ano que não constavam no boletim estadual.

Por outro lado, em Umirim, a situação permanece calma. A coordenadoria de epidemiologia do município declarou que os exames sorológicos realizados continuam negativos.

“O acompanhamento direto nos domicílios é realizado mensalmente na área urbana e rural. Não foi necessário o uso de borrifação com carro fumacê no município, devido ao índice de larvas e mosquitos estar abaixo de 1%”, disse o coordenador da Atenção Primária, Erison Bezerra.

Em Irapuan Pinheiro, a secretária Vângela Nunes endossa os casos zerados, embora relate que “temos encontrado amostras de mosquito, mas é feito o tratamento e a eliminação dos focos”. Ela ressalta o trabalho de conscientização feito tanto em redes sociais e palestras em escolas, como em carros de som que percorrem as vias do município.

A reportagem tentou contato com as demais Prefeituras da lista, para entender o trabalho de prevenção desenvolvido contra as arboviroses, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

SITUAÇÃO AGRAVADA
A sensação de tranquilidade vivenciada nos municípios mencionados não se reflete em alguns vizinhos: em 36 cidades, há incidência "alta" ou "muito alta", seis delas na categoria mais elevada.

Já em relação à chikungunya, são 23 municípios em alta incidência, e outros 14 em "muito alta", ou seja, acima de 1.000 casos confirmados por 100 mil habitantes.

As arboviroses também podem ser fatais. Até o mês passado, o boletim da Sesa contabilizou 23 mortes por chikungunya e mais 10 por dengue grave.

A Secretaria estadual reconhece a complexidade do combate às arboviroses, defende como “essenciais” os seis ciclos de visitas domiciliares realizadas, por ano, pelos agentes de controle de endemias às residências.

Conforme os levantamentos municipais sobre o mosquito Aedes aegypti, no Estado, os focos predominam nos depósitos localizados ao nível do solo (barril, poço, tambor e tanque), seguidos pelos depósitos móveis (como vasos/frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros e baldes).

SINTOMAS
A chikungunya, a dengue e a zika têm sintomas que podem ser confundidos. No entanto, a chikungunya, em sua fase aguda, pode afetar, inclusive, a locomoção do infectado. 

Os principais sintomas da doença, a mais comum das arboviroses em 2022 no Ceará, são:

Febre súbita, a partir de 38.5 °C;
Dores intensas nas articulações, junto a inchaço nas mesmas, que dificultam atividades de rotina, como andar, tomar banho, cozinhar e etc; 
Manchas vermelhas pelo corpo, com coceira intensa.

Os sintomas costumam aparecer entre 2 a 10 dias após a picada do mosquito, e permanecem entre 7 a 30 dias no infectado. A fase aguda da doença dura os 14 primeiros dias da infecção. Entretanto, as suas consequências podem durar anos.

COMO PREVENIR?
O melhor meio de prevenção é agir contra o mosquito Aedes aegypti.

Fazer, pelo menos uma vez por semana, uma vistoria em casa em busca de eliminar possíveis focos de reprodução do mosquito; 
Observar se a caixa d’água está vedada e se as calhas não estão acumulando água;
Realizar limpeza correta de tanques de armazenamento de água e bandejas de geladeira; 
Ficar atento a não deixar água acumulada embaixo de vasos de planta;
Limpeza correta de ralos e vasos sanitários, principalmente em locais que estão sem uso; 
Não deixar objetos que acumulem água ao redor da casa, como: pneu, garrafas, copos de iogurtes, sacos plásticos e entre outros.

Fonte: Diário do Nordeste

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