Foto: Thiago Gadelha

O União Brasil oficializa, na manhã desta sexta-feira (5 de agosto de 2022), a candidatura do deputado federal Capitão Wagner ao Governo do Estado. A homologação ocorre em convenção partidária realizada no Centro de Fortaleza, com a participação de lideranças do PL.

Em coletiva de imprensa pouco antes da convenção, o candidato a vice-governador da chapa foi anunciado: o ex-deputado federal Raimundo Gomes de Matos (PL), nome que já havia sido cotado após o PL se posicionar em apoio a Wagner.

Já o nome que disputará uma vaga no Senado Federal pela chapa, também confirmado hoje, será o de Kamila Cardoso (Podemos), advogada e militante de causas sociais. Em 2020, Kamila foi candidata a vice-prefeita de Fortaleza ao lado de Wagner.

Também na manhã de hoje, o União homologa chapas de deputados federais e estaduais. Apesar de integrar a aliança partidária em prol de Capitão Wagner, o PL vai realizar a sua convenção de forma separada, nesta sexta, às 16h, no ginásio de uma escola no Eusébio.

Até agora, estão no páreo para o pleito de outubro no Estado: Capitão Wagner (União Brasil); o deputado estadual Elmano de Freitas (PT); o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT); Serley Leal (Unidade Popular); e Zé Batista (PSTU).

Assim como as candidaturas do cabeças das chapas, todos os vices também devem ser homologados até esta sexta-feira.

ALIANÇAS
Além do União Brasil, ao qual é filiado, a chapa de Capitão Wagner receberá apoio de outras seis siglas: PL, partido do atual presidente Jair Bolsonaro; Avante, Republicanos, Podemos, PTB e Pros, este último que chegou a anunciar apoio a Elmano de Freitas (PT).

A última semana foi uma verdadeira montanha-russa para as costuras políticas em torno da candidatura de Capitão Wagner no Ceará, marcada por um "perde-ganha" e vai e volta de partidos. O primeiro revés nas alianças construídas foi com o Solidariedade, que recuou do apoio a Wagner para fazer palanque para Elmano de Freitas e para o ex-governador Camilo Santana (PT) no Estado.

Nacionalmente, a legenda está alinhada à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas vinha adotando postura diferente em alguns estados, como era o caso no Ceará. No entanto, o acordo firmado pelo presidente nacional do Solidariedade, Paulinho da Força (SP), com Wagner em julho foi desfeito após cortejos do ex-governador Camilo Santana e articulações a nível nacional.

Ainda na mesma semana, mudanças no comando nacional do Pros estremeceram a posição da legenda no Ceará, inclusive com substituições na direção local. De um dia para o outro, o partido retirou o apoio ao deputado federal para também se coligar a Elmano e Camilo, mas teve a decisão revertida na Justiça e voltou à aliança com Capitão Wagner.

Nesta quinta (4), o Republicanos - que já estava na esteira para integrar o grupo do policial militar da reserva - oficializou o apoio à candiatura do União Brasil no Ceará.

O presidente da agremiação no Estado, Ronaldo Martins, assumiu, ainda na quinta, o assento do deputado federal Moses Rodrigues (União) na Câmara dos Deputados – o que acabou aproximando o dirigente de Wagner.

Para fechar de vez com o candidato da oposição, o PTB quer indicar o candidato ao Senado. Além disso, a legenda ainda aguarda direcionamentos da cúpula nacional.

Até o momento, integram a coligação de Wagner: Republicanos, Avante, Pros, PL e Podemos.

TRAJETÓRIA
Nascido em São Paulo, Wagner Sousa Gomes mudou-se para Fortaleza ainda criança, junto com os seus pais. Policial Militar do Ceará desde 1999, ele ganhou notoriedade pública durante o motim da categoria na virada de 2011 para 2012, época em que presidia a Associação dos Profissionais da Segurança Pública do Ceará (Aprospec).

Foi nessa época, inclusive, que ficou conhecido como Capitão Wagner, devido à sua patente na corporação.

Durante a paralisação, ele protagonizou embates com o então governador Cid Gomes e seu irmão Ciro Gomes. Em 2012, lançou-se como candidato a uma vaga Câmara Municipal de Fortaleza pelo extinto PR (hoje, PL), representando uma figura de oposição ao grupo governista e porta-voz dos PMs. Na ocasião, foi eleito o vereador mais votado da Capital.

Naquele pleito, inclusive, chegou a apoiar Elmano de Freitas (PT) contra Roberto Cláudio na disputa pela Prefeitura de Fortaleza. Hoje, os três são adversários no pleito deste ano.

De lá para cá, vem se consolidando como uma figura política de oposição no Ceará. Em 2014, após dois anos no mandato como vereador, concorreu a vaga de deputado estadual - sendo, mais uma vez, o mais votado no pleito.

Em 2016, disputou a Prefeitura de Fortaleza e chegou a ir para o segundo turno com Roberto Cláudio, que buscava a reeleição. Todavia, o PM da reserva foi derrotado, enquanto Roberto foi conduzido para mais um mandato à frente da gestão municipal.

Em 2018, Capitão Wagner alçou uma vaga na Câmara dos Deputados, sendo o candidato a deputado federal do Ceará, com 303 mil votos – a maioria deles concentrados na Capital.

Em 2020, tentou mais uma vez comandar a Prefeitura de Fortaleza, mas sem sucesso. Naquela eleição, Roberto Cláudio conseguiu fazer seu sucessor, o atual prefeito José Sarto (PDT).

Com a fusão do PSL e do DEM a nível nacional para formar o União Brasil, Capitão Wagner acabou angariando o comando da legenda no Estado. Vale ressaltar que o União tem a maior fatia do Fundo Eleitoral neste ano.

Fonte: Diário do Nordeste

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