Foto: Fabiane de Paula

De todos os 184 municípios do Ceará, apenas 11 não têm caso confirmado de dengue neste ano de 2022. As cidades de São Luís do Curu, Potiretama, Ipaporanga, Tarrafas, Altaneira, Antonina do Norte, Irauçuba, Frecheirinha, Graça, Umirim e General Sampaio são as únicas que não registraram nenhum caso da doença.

Ao todo, o Ceará já contabiliza 28.731 casos confirmados e 11 mortes. A Capital cearense lidera o ranking com mais de 12 mil registros da doença, seguida por Sobral (866) e Mauriti (689). Os dados são do mais recente boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado, divulgado nesta semana.

O acumulado de janeiro a setembro já supera todo o acumulado de 2020 e se aproxima do índice de 2021. No ano passado, foram pouco mais de 32 mil casos confirmados de dengue. Já em 2020, foram cerca de 20 mil infecções, ou seja, em 2022 os casos já estão 40% acima.

Mas, o que estaria por trás deste alto número de casos? E por qual razão tantas cidades já contabilizam casos desta doença? O médico e Gestor em Saúde, Álvaro Madeira Neto, explica que o prolongamento das chuvas em 2022 pode ter contribuído para o aumento e disseminação dos casos de dengue.

Com água parada por mais tempo, o mosquito Aedes aegypti teve uma maior janela de proliferação e, assim, a transmissão de arboviroses cresceu. O especialista ressalta, no entanto, que outro fator foi preponderante para também impulsionar os casos de dengue: a diminuição das ações preventivas.

"Durante a pandemia, houve uma diminuição nos cuidados e nas campanhas de combate ao vetor, que é o mosquito Aedes. O foco estava na pandemia e, assim, o combate ao mosquito perdeu um pouco de força. Acredito que este relaxamento tenha alguma repercussão até hoje", pontuou Álvaro.

Pare reversão deste cenário de alerta, o especialista aponta ser fundamental o retorno dos planos de ações de combate e prevenção ao mosquito. "As campanhas informativas são muito importantes", detalha. O médico alerta ainda que a sociedade civil deve contribuir. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 80% dos focos do mosquito estão dentro e ao redor das casas.

Cuidados 
Com 11 mortes dentro de um universo de 84 mil casos, o médico Álvaro Madeira Neto observa que este índice está dentro da proporção média verificada em outras localidades. Mas, apesar de ser um número dentro da "média", o especialista lembra que é preciso adoção de cuidados específicos para que a quantidade de óbitos não cresça.

"Diante de tantos casos confirmados, é necessário ficar atento a alguns sinais para que a doença não evolua rapidamente. Quando existir, por exemplo, dor abdominal e sangramento, é urgente a busca por unidade de saúde.  O rápido e preciso atendimento pode salvar vidas", acrescenta Álvaro. 

Incidência de arboviroses 
Quando observado a taxa de incidência das arboviroses (dengue, chikungunya e Zika), o Sul do Estado aparece com o pior desempenho. Das sete maiores taxas, cinco estão na região do Cariri: Brejo Santo, Penaforte, Barbalha, Santana do Cariri, Farias Brito.

Já os dois municípios com maior incidência são Icapuí e Palhano, com taxa de 13.504,6 e 11.272,1, respectivamente. Esse denominador é encontrado a partir do número de casos confirmados dividido pela população do município, para cada 100.000 habitantes. 

Icapuí: 13.504,6
Palhano: 11.272,1
Brejo Santo: 10.671,6
Penaforte: 8.273,9
Barbalha: 8.076,5
Santana do Cariri: 6.830,5
Farias Brito: 5.721,1

A reportagem do Diário do Nordeste tentou contato com a Secretaria da Saúde de Icapuí e Palhano, mas não obteve retorno. 

Principais sintomas da dengue

Febre entre 2 e 7 dias e dois ou mais dos seguintes sintomas:

Náuseas;
Vômitos;
Erupções ou manchas na pele;
Dor no corpo;
Dor nas articulações;
Dor de cabeça;
Dor nos olhos.

Sintomas de Chikungunya

Febre súbita superior a 38,5ºC;
Dor nas articulações ou
Artrite intensa, de início agudo.

Sintomas de Zika

Manchas vermelhas na pele e pelo menos um dos sintomas abaixo:
Febre;
Conjuntivite não-purulenta;
Dor nas articulações;
Edema nas articulações.

Prevenção da dengue e outras arboviroses

Colocar telas em portas e janelas;
Utilizar roupas claras e compridas sempre que possível, principalmente quando visitar áreas com maior presença de mosquitos;
Não deixar água parada;
Evite, se possível, viajar para áreas com maior incidência dessas doenças em períodos de possíveis epidemias.

Fonte: Diário do Nordeste

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