25/10/2022

Santana do Cariri é o primeiro município a receber a imagem da beata Benigna Cardoso da Silva para veneração. A entronização aconteceu na noite desta terça (25) após uma missa na igreja matriz da cidade dedicada à primeira beata cearense, denominada em cerimônia nesta segunda-feira (24), em Crato.

Uma carreata com a relíquia de primeiro grau que contém ossos da mártir e com a imagem da Menina Benigna saiu do Crato no início da tarde desta terça e seguiu até Santana do Cariri.

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Fiéis também realizaram uma caminhada saindo da localidade de Inhumas, onde Benigna nasceu, até o centro da cidade. Os devotos se encontraram para a missa campal, ao lado da igreja matriz. A celebração foi presidida pelo cardeal e arcebispo de Manaus Leonardo Steiner, que também representou o Papa Francisco na beatificação.

“Hoje alvejamos o luto e a tristeza de 81 anos passados, quando seu corpo era semeado e regado, com as lágrimas que clamavam a Deus, pelo sangue do cordeiro. Benigna, ó mártir da pureza, tua fonte de água pura foi o amor de Jesus Cristo. Teu jovem coração sedento de vida plena e verdadeira, saciado foi por Deus no céu! Ó roga pelos jovens e as crianças, nossas famílias, por todos nós. Intercede, ó Bem-aventurada Benigna, intercede pelo seu povo”, citou Dom Magnus Henrique Lopes, durante a homilia.

Fiéis acompanharam a chegada da imagem da Beata Benigna a igreja em Santana do Cariri, no Ceará. Foto: Edson Freitas/TV Verdes Mares

A imagem, que possui um metro de altura, entrou na igreja após a missa. Ela foi benzida e levada em procissão até o local onde foi entronizada, em cima do túmulo da mártir Benigna. A partir de agora, ela pode ser venerada pelos fiéis.

Com a beatificação, a Menina Benigna se tornou a primeira beata cearense e a quarta mártir do Brasil.

Morte aos 13 anos
Benigna nasceu em 15 de outubro de 1928 no Sítio Oiti, em Santana do Cariri, no interior cearense. No dia 24 de outubro de 1941, foi assassinada aos 13 anos por Raul Alves com golpes de facão, ao recusar ter relações sexuais com ele, que morava no mesmo município.

Após a morte, a menina passou a ser venerada como mártir na região do Cariri e virou símbolo da resistência contra feminicídio e violência sexual contra crianças e adolescentes.

A recusa da adolescente, junto a fé e devoção cristã, tornaram Benigna uma mártir, que move romarias até hoje.

O processo de beatificação de Benigna começou em 2013, quando a Diocese do Crato recebeu do Vaticano o "Nihil Obstat", ou seja, o "Nada Impede" para que se pudesse dar início à busca pelo título de beata.

Fonte: g1 CE

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