O número de vínculos empregatícios formais no Ceará caiu de 1,55 milhão, em 2014, para 1,54 milhão, em 2015 (-0,62%). Essa retração sinaliza um ritmo de encolhimento do mercado de trabalho formal bem inferior às médias nacional (-3,05%) e nordestina (-2,56%). Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) 2015, a última vez que o Ceará registrou saldo anual de emprego negativo foi em 1992 (-25,9 mil vagas), há 24 anos. Apesar da redução, o Estado teve o 3º maior estoque de emprego formal do Nordeste, atrás da Bahia (2,31 milhões) e de Pernambuco (1,67 milhão), mesma posição de 2014.
No recorte por sexo, as trajetórias foram bem diferenciadas. A eliminação de empregos atingiu unicamente a força de trabalho masculina. Houve avanço do emprego formal das mulheres (593 novos empregos, ou 0,09%), diante da significativa redução do emprego masculino (-10,3 mil, ou -1,18%), totalizando estoques de 682,1 mil e 860,7 mil empregos formais, respectivamente, em 2015.
Segundo a Rais, estes números mostram que, mesmo com o avanço feminino, os homens continuaram a absorver mais da metade dos empregos formalizados do mercado de trabalho cearense, proporção que passou de 56,10% para 55,79%.
Entre os jovens de 15 a 29 anos de idade, foram registrados 30,4 mil empregos a menos (-5,79%), fazendo com que o estoque de emprego juvenil declinasse de 525,7 mil, em 2014, para 495,2 mil, no ano seguinte.
Realidade muito diferente foi observada entre os adultos, com o respectivo estoque de empregos formais crescendo de 1.026,7 mil para 1.047,5 mil (2,02%). No Ceará, os números da Rais 2015 apontam para uma oferta adicional de 20,8 mil empregos para os trabalhadores com 30 anos ou mais de idade. Esse crescimento foi observado, inclusive, no segmento de 65 anos ou mais (1,8 mil novos empregos), totalizando 20,7 mil empregados nessa faixa etária, segmento onde a oferta de emprego cresceu mais intensamente (9,77%).
Estoque
O estoque de emprego formal no Ceará tem se mostra sub-representado frente ao número nacional. Segundo estimativas populacionais da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), em outubro-dezembro/2015, a população brasileira de 14 anos ou mais de idade (força de trabalho potencial) era de quase 165 milhões de pessoas. No Estado, era de 7 milhões, uma representação de 4,27% na força de trabalho potencial nacional.
Escolaridade
Em 2015, no Ceará, foram quase 4,3 mil novos empregos (7,09%) para as pessoas com instrução de nível superior incompleto e principalmente para os que concluíram o ensino superior (18 mil, ou 6,18%), elevando para quase ¼ a fração dos empregados com instrução superior no estoque total.
Com exceção dos analfabetos, houve subtração de emprego em todos os demais níveis de instrução (quase 33 mil empregos a menos), o que agrega mais dificuldade à obtenção de trabalho dos segmentos menos escolarizados da força de trabalho.
Quando vistos sob a ótica da escolaridade, os números do emprego celetista e estatutário deixam evidente a maior escolaridade feminina. Em 2015, elas responderam por 60,95% do estoque de emprego de nível superior, empregando 228,0 mil mulheres, e absorveram 62,22% dos empregos gerados de instrução superior. Além disso, entre as mulheres empregadas, chegou a 33,43% a parcela com nível superior, diante da fração masculina de apenas 16,97%.
Setores
Com relação aos setores da economia cearense, foram subtraídos empregos, especialmente, na indústria de transformação (-16,9 mil, ou -6,40%) e na construção civil (-8,5 mil, ou -9,20%), além de o comércio também ter registrado saldo menor, com a subtração de 317 empregos (-0,12%).
A recente diminuição do emprego formal cearense só não alcançou maiores proporções devido ao emprego no setor público, com a geração de 14,1 mil empregos (3,61%). E, em menor medida, nos serviços industriais de utilidade pública (635 empregos gerados, ou 7,08%), serviços (528, ou 0,11%) e agropecuária, extrativa vegetal, caça e pesca (773, ou 2,89%).
O setor de serviços é o maior empregador do Estado (490,4 mil empregados, ou 31,79% do estoque total), com a administração pública (406,1 mil, ou 26,51%) assumindo a 2ª colocação. Em seguida, aparecem o comércio (273,9 mil, ou 17,75%) e a indústria de transformação (247,7 mil, ou 16,06%).
Na análise por tipo de vínculo (celetista ou estatutário), o estoque cearense de 1,54 milhão de empregados, em 2015, dividia-se em 1,2 milhão (77,09%) de vínculos celetistas e 353,4 mil (22,91%) estatutários.

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