O Ceará acumula, em 2017, o pior índice de incidência de casos prováveis de chikungunya entre todos os estados brasileiros, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, na última sexta (29): são 1.187,4 casos a cada 100 mil habitantes, quase o dobro de Roraima, que aparece em segundo, com 673,2 casos por 100 mil habitantes. Conforme o último boletim da Pasta, já foram notificados 106.435 casos suspeitos de chikungunya em todo o Estado. O número corresponde a 60% de todos os 171.930 casos prováveis registrados em todo o País.

O boletim do Ministério da Saúde aponta ainda três cidades cearenses com grande incidência da doença. Dentre os municípios com menos de 100 mil habitantes, Jaguaribara tem incidência de 1.053,6 casos a cada 100 mil habitantes. Itapipoca tem a maior incidência dentre as cidades com até 500 mil habitantes, com 1.038,5 casos por 100 mil pessoas.

Já a Capital tem a maior incidência dentre as cidades com mais de um milhão de habitantes: são 2.154,9 casos prováveis para cada grupo de 100 mil. Após as devidas análises, 82.017 casos de chikungunya foram confirmados no Ceará, segundo o último boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde (Sesa).

Quanto à dengue, o Estado fica em segundo no País, registrando 484,4 casos/100 mil habitantes, atrás apenas de Goiás, que tem 810,2 casos/100 mil habitantes, segundo o Ministério da Saúde. Além disso, as unidades de saúde cearenses informaram 73.252 casos suspeitos da doença; 20.884 evoluíram para confirmações, conforme o boletim da Sesa.

Para auxiliar no combate às arboviroses, os municípios do Estado receberam duas parcelas de uma verba de R$7,5 milhões destinada pelo Ministério. A primeira, de R$4,5 milhões, foi liberada em janeiro. Os R$3 milhões restantes deveriam ser liberados só agora, em outubro, mas foram repassados de forma antecipada em junho, considerando a "tendência crescente de casos notificados e a necessidade de intensificação de ações de controle vetorial e com isso mitigar o impacto da epidemia na população acometida".

Segundo o Ministério, o repasse das verbas da segunda parcela estaria condicionado à realização do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) em cidades com mais de dois mil imóveis; do Levantamento de Índice Amostral (LIA), em municípios com menos de dois mil imóveis, ou do monitoramento por ovitrampa ou larvitrampa nas cidades sem infestação do mosquito. Em nota, o órgão nacional afirmou que todas as cidades "cumpriram os critérios estabelecidos".

Levantamento
No último LIRAa realizado no Ceará, em julho, 122 municípios cearenses estavam em situação de alerta ou em risco de surto para as arboviroses. O estudo mostrou que 45 cidades tinham cenário de alta infestação e que 77 apresentam média infestação por Aedes aegypti. Ao todo, 182 municípios participaram da pesquisa. Em relação ao primeiro LIRAa, de abril, houve aumento do número de cidades com média infestação, que passou de 47 para 77.

Também para minimizar a abrangência das arboviroses, o Governo do Estado lançou, em junho, um pacote de Ações Estratégicas de Combate ao mosquito Aedes aegypti. Dentre as medidas, está um prêmio de R$10 milhões para os municípios que cumprirem, até dezembro deste ano, seis critérios estabelecidos no Termo de Compromisso, como a criação de um comitê municipal de combate ao mosquito, a cobertura mínima de 80% em visitas domiciliares e a apresentação de um Plano Municipal de Ação de Vigilância e Controle das Arboviroses para 2018. (Colaborou Marina Gomes).                            (Diário do Nordeste)

Post a Comment