O Terreirada Cearense
apostou nos ritmos nordestinos
em homenagem ao Cariri durante sua apresentação na
Quinta da Boa Vista.FOTO:
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Com
muito forró de raiz, cocos, peças de reisado e cantoria, o bloco Terreirada
Cearense, inspirado na cultura popular da região do Cariri, no Ceará, fez sua
concentração neste sábado (10) na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, bairro
imperial do Rio de Janeiro. O coordenador do bloco, Geraldo Jr., o Junu, e seus
parceiros desenvolveram um espetáculo musical com canções autorais e grandes
clássicos da música popular brasileira, para refletir a beleza e a diversidade
do Cariri.
No
ano passado, o bloco se inspirou nas figuras e guerreiros do reisado para
compor as fantasias. Este ano, o tema escolhido foi o Cariri Encantado e os
seres fantásticos criados em escultura de madeira, principalmente, pelos
artesãos do Cariri. “São seres metade humano, metade bicho, jacarés de três
cabeças, etc”, disse Juno à Agência Brasil. As fantasias são feitas de forma
coletiva.
O
Terreirada Cearense, que tem 150 componentes, costuma arrastar 10 mil pessoas.
Mas em vez de um cortejo, o bloco promove uma espécie de ciranda, inspirada na
cultura popular, onde a banda fica atrás tocando. “É como se fosse um grande
reisado se apresentando. A gente toca as músicas, canta e as personagens
entram”.
Estreias
A
foliã Lia Jordão estreou este ano no Terreirada tocando percussão. “Já tocava
percussão antes, mas em bloco de carnaval é a primeira vez. Estou achando
maravilhoso”, disse ela, que considerou o clima do bloco muito bom, tranquilo.
“É um carnaval mais autêntico, de pessoas que gostam de brincar, de usar
fantasias e apreciam este tipo de música e alegorias, porque aqui vão encontrar
pessoas que partilham das mesmas coisas que têm a ver com a música e o
brincar”.
O
folião João Costa também participou pela primeira vez do bloco, como integrante
do cortejo de reisado, na ala dos pernas de pau e só tem elogios ao Terreirada.
“É um evento multicultural, que envolve todas as tribos e é legal porque
mistura música com circo e com gente que gosta de carnaval. É um evento bem
bacana, ainda mais se tratando da zona norte do Rio de Janeiro”.
Moradora
do Rio, Cristina Rodrigues não conhecia o Terreirada. Veio trazida pela amiga
Angélica Guarnieri. “Estou adorando. É bem divertido e tranquilo”, afirmou. Já
Angélica é mãe de uma das moças que saem na ala dos pernas de pau e começou a
participar das oficinas em abril do ano passado. “Ela adora”, disse.
Diversidade
O
capixaba Fernando Santos mora no Rio de Janeiro há nove anos e há quatro anos
frequenta o Terreirada Cearense. Para ele, o bloco representa a diversidade
cultural da cidade. “É um espaço democrático e uma boa opção para o
carnaval”. Já Ana Lúcia de Andrade mora no Rio há 20 anos e gosta do
Terreirada “porque lembra a animação do povo nas festas de São João” de sua
terra natal, a Paraíba.
Duas
oficinas formam o bloco hoje: a de percussão e a de pernas de pau. As pessoas
gostam muito do bloco, que faz uma louvação da diversidade, salientou Junu.
“Todo mundo é bem-vindo. Temos um discurso de diversidade, de tolerância, de
amor ao próximo. Vamos entrar nessa sintonia de respeito, de carinho, porque o
carnaval se faz assim”, assegurou.
(Agência Brasil)
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